Barcarena: Mineradora inicia atendimento emergencial à população após incêndio em galpão

O atendimento começa nesta quinta-feira (9). A ação é em atendimento a cobrança feita pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Pará e Defensoria Pública do Pará
A explosão, seguida de incêndio, aconteceu em um dos galpões da Imerys

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A mineradora multinacional Imerys começa, nesta quinta-feira (9), a oferecer atendimento médico e a operacionalizar a distribuição de água às comunidades de Barcarena, no nordeste do Pará, após uma explosão, seguida de incêndio, em um dos galpões da empresa, que emitiu fumaça tóxica, causando problemas de saúde à população.

O acidente aconteceu na noite de segunda-feira (6). O atendimento aos moradores afetados é uma cobrança do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Pará (MPPA) e da Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE), que determinaram urgência na apresentação de resposta da empresa.

As instituições também requisitaram que a mineradora entregue kits de higiene e de alimentação às famílias que eventualmente tenham deixado suas residências após o incêndio. Segundo o MPF, a empresa informou que vai iniciar o atendimento na Vila do Conde e na Vila dos Cabanos. A distribuição de água vai começar pelas comunidades de Acuí, Curuperé e Ilha São João.

O acidente aconteceu em um dos galpões de produtos químicos da mineradora, no Bairro Vila do Conde. Nessa unidade da empresa estaria armazenado hidrossulfito de sódio, um produto químico de coloração branca acinzentada com um cheiro característico de dióxido de enxofre.

Com o incêndio, uma fumaça branca com esse odor tomou conta da cidade na madrugada de terça-feira (7), como registraram os moradores em vídeos divulgados nas redes sociais. Em nota, a Prefeitura de Barcarena informou foram realizados 49 atendimentos de pessoas, que apresentaram sintomas leves a moderados de desconforto respiratório.

A prefeitura também informou, que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barcarena notificou a Imerys para que apresente a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), o plano de contingência da empresa e o laudo da qualidade do ar.

O acidente com danos ambientais é mais um registrado em Barcarena, que tem histórico de outros desastres, que causaram severos danos ao meio ambiente e a população. Após mais uma tragédia, nesta quinta-feira, uma comissão com deputados estaduais, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e de movimentos sociais realiza uma diligência no local. O objetivo da visita da comissão é avaliar a extensão dos impactos do acidente para a população e ao meio ambiente, assim como indicar medidas necessárias de proteção e assistência às pessoas impactadas.

Em nota divulgada à Imprensa, a Imerys confirmou o foco de incêndio em um dos galpões da planta de beneficiamento da empresa e informou que “a ocorrência foi controlada ainda na mesma noite”. A mineradora disse que, de fato, o hidrossulfito de sódio “pode provocar irritação temporária do aparelho respiratório caso seja inalado”.

A empresa anunciou que “as investigações estão em curso com a participação das autoridades locais, sem riscos detectados de novos focos de incêndio no depósito”. Presente no Brasil desde 1996, a multinacional francesa atua nos estados do Pará, São Paulo e Espírito Santo.

No Pará, a mineradora faz extração e beneficiamento dos minérios de carbonatos de cálcio, caulim e perlita.

Tina DeBord