Fazenda de alemão na APA da Serra das Andorinhas usava agrotóxicos ilegalmente

Operação identificou várias irregularidades em propriedade de 9.200 hectares que pertencem a Christian Bohdan von Stechow, que mora na Alemanha

Continua depois da publicidade

Depois de receber várias denúncias de moradores da comunidade tradicional Santa Cruz, localizada na Área de Proteção Ambiental do Parque Ambiental Serra das Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia, o Ministério Público do Pará (MPPA) promoveu nesta quarta-feira, dia 17, uma ação de fiscalização na Agropecuária Andorinhas a uma propriedade de 9.200 hectares que pertence ao alemão Christian Bohdan von Stechow.

Há cerca de dois anos, moradores relatam à reportagem do Blog do Zé Dudu que suas pequenas plantações e até hortas ao lado das residências estavam murchando e amarelando, após sobrevoos de avião que lançava agrotóxicos às proximidades. E uma das fazendas que faziam isso seria exatamente a Agropecuária Andorinhas.

Em julho do ano passado, os referidos moradores fizeram o mesmo relato em uma oitiva com promotores do Ministério Público Estadual, que, então, iniciaram uma investigação. Ela redundou em uma ação conjunta na última quarta-feira, numa força-tarefa que levou à fazenda equipes do MPPA, Polícia Militar e Polícia Civil.

As autoridades encontraram diversos agrotóxicos desprovidos de documentação e uma pista aero agrícola onde havia diversos vasilhames descartados a céu aberto. Por conta disso, a Polícia Civil prendeu o gerente da fazenda e outros dois trabalhadores pelo crime de uso ilegal de agrotóxicos. Eles foram soltos no final da tarde desta sexta-feira, 19, por determinação judicial, na audiência de custódia. Mas a ação contra a empresa vai continuar.

Agora, o MPPA investiga a parceria da Agropecuária Andorinhas com a Globo Aviação Agrícola, responsável pelo lançamento de “defensivos agrícolas” na fazenda e que estaria causando danos ambientais em propriedades vizinhas.

A promotora de Justiça Alexssandra Muniz Mardegan, que atua na Promotoria Agrária, auxiliou a fiscalização e a investigação contou com o apoio do promotor Erick Ricardo Souza Fernandes, que atua especificamente no município de São Geraldo do Araguaia.

Ouvido pela Reportagem, o promotor informou que a ação na fazenda foi de caráter policial e que nesta sexta-feira foram realizadas as audiências de custódia “e como havia elementos legais para conversão da prisão em medidas cautelares diversas, eu me manifestei pela aplicação de outras medidas diversas da prisão”.

A Agropecuária Andorinhas é um conjunto de três fazendas que foram adquiridas a partir de 2001, pelo alemão Christian Bohdan von Stechow. Naquela época, o sócio majoritário era a Lemarey Sociedad (99,7%), uma empresa que, pelos cadastros brasileiros, era uma offshore com sede no Uruguai.

Ele era conhecido na região como “Gringo”, e passou a comprar os sítios de camponeses que sobreviveram aos combates da Guerrilha do Araguaia entre 1972 e 1975. O primeiro pedaço de terra que Gringo comprou, em 2001, que se transformou na sede de uma de suas fazendas, pertenceu a Osvaldo Orlando Costa, o comandante guerrilheiro Osvaldão.

Segundo o que se apurou, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Geraldo foi alertada da situação e nunca tomou providências. Nesta segunda, o promotor já vai cobrar que a Secretaria Municipal faça atuação nos casos de agrotóxico e, não o fazendo, poderá haver responsabilização também do órgão.

A Serra das Andorinhas conserva cachoeiras, paredões, veredas, campos de cerrado e trechos de selva. Boa parte da área original deu lugar a pastagens. São tantas terras, que elas estão em dois municípios: São Geraldo do Araguaia e Palestina do Pará.

O Ministério Público deve entrar com ação na Justiça contra a Agropecuária Andorinhas. Caso seja condenada, a empresa pode ser obrigada a pagar até R$ 2 milhões em multa por uso irregular de agrotóxicos.

Curiosamente, a Agropecuária Andorinhas já foi alvo de fiscalização e multa por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em três ocasiões diferentes, sendo duas por danos à flora, o que levou a empresa a pagar multa.

A Reportagem não conseguiu contato com advogados do pecuarista alemão para ouvir a versão dele sobre a investigação das autoridades e prisão de seus funcionários.

SAIBA MAIS

No final do ano passado, o MPPA realizou um fórum com a participação de representantes de vários órgãos e instituições estaduais e dos municípios da região de Marabá, para discutir sobre o uso do agrotóxico dentro Fórum Regional de Combate aos Impactos Causados pelo uso de Agrotóxicos da Região Sul e Sudeste do Estado do Pará.

8 comentários em “Fazenda de alemão na APA da Serra das Andorinhas usava agrotóxicos ilegalmente

  1. EDMILSON DA SILVA CRUZ Responder

    eu acredito na reportagem, de prova é que a justiça agiu e ouve prisões , lamento v pessoas defendendo uma barbaridade desta com o ecossistema em troca de migalhas

  2. Franciele Responder

    Quantas mentiras em uma reportagem só, a Agropecuária Andorinha tem as licenças e foram apresentadas. Todos que a conhecem e trabalham na empresa, sabem o quanto o dono é cauteloso com tudo que faz. Blog sem credibilidade nenhuma. Aff

  3. Leila Responder

    Essa matéria aí n passa de uma grande mentira das grande onde eu sei a agropecuária andorinhas ela é uma fazenda de preservação ambiental onde o ider-florbio faz o monitoramento da bio diversidade dentro das reservas além do monitoramento tbm dentro da fazenda tbm faz o monitoramento do gavião real que esta em extinção tbm pesquisadores do museu do Emílio Gueudes tbm faz trabalho nas reservas da fazenda andorinhas e as terras todos foram compradas do moradores da gameleira mais todas as terras são títuladas e outra o proprietário da fazenda que criou o parque serra das andorinhas junto com o Noé da casa da cultura de maraba fundação Serra das andorinhas esse que fez essa matéria deveria saber melhor das coisas para n está espalhando mentiras e outra a polícia civil foi lá na fazenda levou os funcionários presos como se fosse bandidos colocou a arma neles e teve um rapaz que tem problema de pressão passou mal dentro da prisão agora mesmo estão passando por psicólogo pq nunca tinha pisado em uma delegacia na vida para está passando por uma situação dessa isso foi uma grande injustiça que fizeram com esses cidadãos que n são dono da fazenda apenas estava cumprindo ordem e outra a fazenda estava com a licença da sema do município de São Geraldo do Araguaia e do órgão ider-florbio o responsável da fazenda solicitou a presença da sema nem lá eles foram tanto com o ider-florbio como a sema do município antes mesmo deles bater esse ebicida eles tinham passado por um treinamento com o pessoa do ministério do trabalho até certificado eles tem se tem uma fazer que trabalha tudo legal se chama agropecuária andorinhas o dona da fazenda é um homem bom veio para o Brasil em 1986 na época da fundação Serra das andorinhas depois ele comprou as terras e formou uma fazenda mais mesmo assim ele continuou a cuidar dos moradores da vila Santa Cruz trazia médico dentista tbm trouxe a água pra vila fazia oficina com os moradores da vila Santa Cruz como cuidar do seu lixo sempre fez ação social com os moradores da vila então antes de espalhar mentira tenta buscar a verdade pq n queria e nem quero esta na pele desse funcionários que sofreu tanta humilhação por causa de pessoas q n tem amor ao próximo se tinha que punir q fosse os órgão que liberou a licença

  4. Hilario Responder

    Deveria ter lei que fosse desapropriada a terra e ir pra reforma agraria nesses casos. Pois ta destruindo a natureza matando animais silvestres, abelhas fora as plantações que os vizinhos estão plantando.

  5. Amante da Natureza Responder

    Um página de notícias tem o dever de informar somente a verdade para seus leitores, e essa página não faz jus a isso. Primeiramente as informações estão totalmente erradas, a Agropecuária tem toda a documentação legal para aplicação dos agrotóxicos. E para comprovar qua as plantações que murcharam na vila, e preciso de um perícia que comprove que foi por causa do veneno.

  6. Crf fla Responder

    Tem pessoas que não sabe das consequências de um perseguição a um estrangeiro em nosso país, não sabe o que é relações institucional. Alemanha é parceira do Brasil em vários segmentos. Além de ser uma reportagem com várias informações distorcida.

  7. Nina Metternich Responder

    Eu acho que Christian Stechow devia perder o direito de praticar agopecuaria. 2 milhões de R$ doi, mas não muito, para uma empresa desse tamanho. Desde o principio ele agiu criminoso e niguem nunca deu uma basta nisso

Deixe seu comentário

Posts relacionados