As conveniências da política.

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A política, desde os primórdios da civilização, tem se mostrado um grande jogo que poucos, pouquíssimos, conhecem suas regras e sabem jogar. Alguns jogadores pecam pela omissão, outros pelo excesso, mas a maioria peca pelo desconhecimento ou por não sentir a hora correta de harmonicamente convergir as conveniências para o seu terreiro.

A política é um grande jogo de conveniências. Antes de agir o político deveria refletir se é conveniente par o seu objetivo tomar tal decisão. Se isso fosse feito certamente menos erros seriam cometidos.

Claro que cada momento político transpassa por contrapartidas que devem ser analisadas. Se o político tem uma proposta, mas, em troca, deve oferecer algo que lhe é útil ou querido, ele deve se perguntar se é conveniente perder X para ter Y.

urnaÉ nesse momento que os grande políticos se sobressaem ao amadores. Acordos que não podem ou não devem ser cumpridos jamais deveriam ser feitos. Todavia, são anunciados sem o menor pudor de amanhã serem esquecidos.

Quem não conhece aquela de um ex-governador biônico de Minas Gerais que, depois de afastado do cargo foi ter com o o presidente do país uma conversa onde alegou ser um órfão político? O presidente, sensibilizado, mas nem tanto, com a situação do político, lhe arrumou um espaço como copeiro do palácio. O político sem cargo ficava por ali servindo ao presidente e, de rabo de orelha, ouvindo uma conversa aqui, outra acolá. O presidente, prestes a nomear um governador para os mineiros, questionou a três políticos das Minas Gerais sobre as prioridades do Estado. O primeiro lhe afirmou que era preciso construir estradas; o segundo que era preciso melhorar a saúde; já o terceiro tinha a convicção de que só com a melhora na educação, transformando Minas em um polo universitário, o Estado sobreviveria.

Não satisfeito com as respostas, o presidente, pensativo e isolado no terceiro andar do palácio, de frente pra uma janela de onde contemplava o pôr do sol, seria interpelado pelo copeiro lhe oferecendo uma xícara de chá. Já com o chá nas mãos, o presidente lembrou que o copeiro era aquele órfão político que conhecia Minas Gerais como poucos. Sem pestanejar, lhe perguntou o que faria se fosse novamente nomeado governador de Minas Gerais. A resposta foi rápida e fria: “o que o senhor mandasse”, respondeu o copeiro, que horas depois pegava um voo para Belo Horizonte onde seria empossado governador.

Aquele político soube tomar a decisão que mudaria sua vida. Lhe foi conveniente passar algum tempo como um simples copeiro pra estar no lugar certo, na hora certa em que a oportunidade apareceria. Foi humilhante todo esse período como copeiro? Claro que sim, mas foi o que lhe proporcionou a volta ao poder.

A célebre frase de que “às vezes é preciso dar um passo para trás, para depois dar vários para a frente” cabe bem para ilustrar o momento político protagonizado pelo governador. É essa percepção que todo bom político deve ter. Saber a hora de agir, de só observar, de calar-se, de fazer acordos… é nesse momento que podemos separar o joio do trigo. É neste momento que o político, quando não analisa as conveniências,  põe todo o trabalha a perder.

Ano que vem teremos eleições municipais. Espero que aqueles que estarão disponibilizando seus nomes para nos representar na prefeitura e na Câmara pensem em quão importantes vocês serão em nossas vidas e que entre as conveniências a serem analisadas esteja a vontade da população de que as coisas se ajeitem. Se isso não for feito, será mais conveniente, ao eleitor, apertar a tecla branca da urna eletrônica. 

1 comentário em “As conveniências da política.

  1. vitor Responder

    “Se é a vontade do povo brasileiro eu promoverei a abertura política no Brasil. Mas chegará um tempo em que o povo sentirá saudade do regime militar, pois muitos desses que lideram o fim do regime não estão visando o bem do povo, mas sim seus próprios interesses”
    “General Ernesto Geisel”

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