Brasília – Em seu primeiro dia de trabalho, nesta quarta-feira (24), o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na primeira entrevista coletiva à Imprensa, anunciou a criação da Secretaria Especial de Combate à Pandemia vinculada à pasta. De acordo com o ministro, o novo órgão vai funcionar 24 horas por dia. Queiroga ainda estabeleceu como meta, a partir de agora, vacinar um milhão de pessoas contra a Covid-19 por dia, garantindo que o Brasil terá 562 milhões de doses para a campanha de vacinação de combate à Covid-19 neste ano.
O país está em 60º lugar no ranking da vacinação mundial, registrando muitos atrasos nas entregas inicialmente previstas, mas isso é um problema mundial. Hoje, são aplicadas cerca de 300 mil doses. “O governo assume o compromisso de, em curto prazo, aumentar em pelo menos três vezes a velocidade de vacinação que temos hoje”, disse o ministro aos jornalistas. “É uma meta plausível. Precisamos acelerar esse programa de vacinação”.
Ele esclareceu ainda que a posse no dia anterior, de modo reservado, foi um pedido seu. “Solicitei uma posse simples, sem cerimônias ou solenidades, porque nós vivemos uma emergência sanitária,” disse. Queiroga, que é católico, anunciou alguns nomes que vão assessorá-lo no ministério e repetiu um trecho do discurso de entronização do Papa Francisco. “É preciso cuidar das pessoas, cuidar de todos com amor, sobretudo daqueles que são mais frágeis, que são os idosos, as crianças, os doentes, que muitas vezes estão esquecidos na periferia dos nossos corações”.
Prioridades
Segundo o novo ministro, a determinação de acelerar o ritmo de vacinação foi do presidente Jair Bolsonaro. “A determinação expressa do presidente é para que nós consigamos ampliar o número de vacinação. Temos condições de vacinar muitas pessoas,” declarou.
O médico afirmou também que o número pode ser ainda maior, no curto prazo. “Temos condições de ampliar ainda mais, mas não quero me comprometer, porque precisamos buscar mais vacinas,” disse.
Segundo o ministro, 95% da população pretende se vacinar. “Lá, há um século, houve a Revolta da Vacina; as pessoas tinham receio de vacina. Hoje sabemos que 95% da população brasileira deseja ser imunizada,” disse.
As declarações do ministro coincidem com o dia em que o país ultrapassou a marca de 300 mil mortes devido à pandemia.
Mais cedo, no Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação de um comitê para coordenar ações nacionais de combate ao novo coronavírus, após o país se tornar o epicentro da pandemia mundial iniciada há um ano na China.