Três meses depois de dobrar o preço do minério de ferro, a Vale vai aplicar um novo reajuste, na casa dos 35%, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. O novo preço passa a vigorar em 1º de julho, seguindo a política de revisão trimestral de preços adotada este ano pela mineradora.
Um quinto de todo o aço produzido no mundo é feito com minério da Vale. Por isso, a decisão da empresa é aguardada com ansiedade. Procurada, a mineradora não quis falar sobre números, mas explicou as razões do reajuste. "Neste segundo trimestre nossos preços ficaram bem abaixo dos praticados no mercado à vista da China. Pela atual fórmula de correção, nossa expectativa é recuperar grande parte dessa defasagem no próximo trimestre que começa em julho", afirmou José Carlos Martins, diretor executivo da Vale.
Na prática, a mineradora está correndo atrás dos preços praticados na China, que dispararam este ano. No mês passado, quando a cotação do minério de ferro no mercado chinês bateu em US$ 189,50 a tonelada, a mineradora brasileira vendia seu produto por cerca de US$ 110 – preço fixado por ela para o trimestre de abril a junho. Agora, a empresa quer tirar a diferença. "O reajuste trimestral é mais justo", afirma Martins. "Até então, os contratos definiam um valor anual e ele não mudava mesmo que o preço no mercado disparasse. Agora, se a cotação do mercado subir, a gente aumenta. Se cair, a gente baixa." O tamanho exato desse próximo reajuste será definido na terça-feira, depois do fechamento do trimestre março/maio.
Os movimentos da Vale produzem impactos fortes na economia. De um lado, o reajuste no preço do minério de ferro vai para o aço e de lá para produtos de consumo como carros e eletrodomésticos. O aumento do minério no começo do ano foi apontado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) como um dos principais responsáveis pela alta do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que subiu 1,19% em maio em relação a abril.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo.
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