Série C – Todo mundo atrás da grana

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A crise dos bancos americanos atingiu diversos setores, e com o futebol não foi diferente. Vendo que a maré não estava para peixe grande, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou no início da semana a nova forma de disputa dos 20 clubes no Campeonato Brasileiro da Série C, que no Pará tem como representantes o Águia de Marabá e o Paysandu. Com a mudança, Papão e Azulão já começam o planejamento para não acabarem no vermelho ao final do torneio.

O aumento no número de grupos teve como grande propósito realizar uma Terceirona mais curta (início marcado para 24/05 e término previsto para 20/09) e com custos menores, viabilizando dessa forma despesas proporcionalmente mais baixas para os clubes participantes. Nos representantes paraenses a mudança foi vista com bons e maus olhos.

Apenas dez jogos irão definir a passagem da Série C de 2009 para a Série B de 2010. A CBF irá custear os gastos com hospedagem e transporte de Águia e Paysandu, menos mal, já que ano passado a entidade máxima do futebol brasileiro não ofereceu um centavo de ajuda para as equipes se manterem na competição e os clubes chegavam a gastar R$50.000,00 por jogo disputado.

No Paysandu, a procura por patrocínios para o campeonato já começou. O presidente do clube, Luís Omar Pinheiro, já estaria alinhavando patrocinadores em São Paulo para cobrir a folha salarial do time, que na Série C irá beirar os R$220.000,00 por mês. Acreditando conseguir estar nas finais do torneio, o Papão deve desembolsar ao final da competição R$1.100.000,00 com salários dos atletas.

“Queremos investir dentro de uma responsabilidade. Temos outras despesas como manutenção do clube, alimentação e outras coisas mais com a viagem. Esse regulamento tem vantagem por encurtar os gastos, mas também é problemática pois no início da temporada fechamos contrato com os jogadores até o final do ano, e a Série C termina em setembro” avalia Clodomir Araújo, diretor de futebol do Papão.

No Águia, os objetivos não são diferentes. O clube, que tem uma folha salarial mais modesta – beira os R$80.000,00 – acumulará R$400.000,00 ao final do torneio. Quando disputou o octogonal final da Terceira Divisão ano passado, o Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL), foi quem patrocinou as passagens do clube, gerando uma despesa de R$500.000,00. Mas por partida realizada no Mangueirão, chegava a um prejuízo na casa dos R$30.000,00, o que em 2009 deve ser diferente em razão de que as partidas do Azulão serão realizadas em Parauapebas.

A Série C bancada pela CBF diminui significativamente as despesas de Águia e Paysandu, que podem investir mais na formação de um elenco competitivo. Essa será a chance que os paraenses tanto esperavam para além de ascender à Série B, entrarem na competição sem grandes dores de cabeça na ordem financeira. Se souberem trabalhar com os pés no chão, ao final a gestão dos clubes poderá acumular resultados positivos além das quatro linhas.

Fonte: Pelota Paraense