Sindicalista do Pará representará trabalhador do Norte e Nordeste durante encontro na China

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O sindicalista José Francisco de Jesus Pantoja Pereira, o Zé Francisco, presidente do Sindicato dos Profissionais Técnicos de Enfermagem nos Hospitais e Casas de Saúde do Pará – SINTHOSP; da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviço nos Estados do Pará e Amapá – FETRACOM-PA/AP e da União Geral dos Trabalhadores – UGT/PA, embarca para a China, na próxima sexta-feira, ao lado de outros dois sindicalistas, para participar do Fórum dos Cem Maiores Dirigentes Sindicais do Mundo, que vai acontecer em Pequim, na China, em setembro.

Zé Francisco é o único sindicalista do Norte e Nordeste a representar os trabalhadores não apenas destas duas regiões, como também de todo o País nesse importante acontecimento, em que os movimentos sindicais pretendem avaliar o avanço dos grandes conglomerados empresariais e sua dimensão com a globalização da economia.

Participar desse encontro é de suma importância, haja vista que no Estado do Pará há interesses comerciais e industriais da China, um intercâmbio que vem sendo feito há alguns anos, inclusive com a instalação de empresas daquele país em nosso Estado, conforme salienta Zé Francisco, que tem participado ativamente de grandes decisões no país, na defesa dos trabalhadores, como foi no caso da luta pela regulamentação da profissão de comerciário, assim como, na redução da jornada semanal de trabalho dos empregados de supermercados de Belém, zona metropolitana, Castanhal, Capanema, Salinas e Marabá.

Para Zé Francisco, sua escolha para participar do evento em Pequim decorre desse trabalho e dessas frentes de lutas que está encampando, seja a nível de Federação, seja a nível de central sindical, seja através do SINTHOSP, afinal, “temos conseguido avançar bastante. É lógico que nem sempre conseguimos conquistar cem por cento o que se almeja em favor dos trabalhadores, como na questão do plano de saúde e da redução da jornada semanal de trabalho, mas há avanços sim e a gente tem procurado mostrar estas atividades aos trabalhadores, tanto assim que tem aumentado o número de associados ao SINTHOSP”, diz o sindicalista.

Ele destaca como de fundamental importância, também, a luta do Estado do Pará pela recuperação das perdas que o Estado vem tendo ao longo desses anos todos com a questão da Lei Kandir. Tem a taxa mineraria, mas esta ainda teve de ser reduzida, renegociada, para que o paraense não perdesse tudo de suas riquezas a troco de nada, já que, nos polos minerários, depois das atividades realizadas pelos grandes conglomerados industriais, restam apenas os danos ambientais e sociais, além do ônus para o Estado e para a população. “Precisamos de bônus e isto nós faremos questão de dizer em Pequim e de verificar como as coisas estão transcorrendo.”

Outros dois pontos importantes destacados por Zé Francisco, se relaciona ao combate ao trabalho em regime de escravidão branca, exploração sexual, exploração infanto-juvenil e utilização de mão de obra infantil, questões graves que ainda se verificam em grande escala, sobretudo nos bolsões de pobreza do Brasil e, em especial, do Pará, como nas regiões do Marajó e zonas de garimpo. Essas explorações também são estendidas aos povos quilombolas e indígenas. “Queremos resgatar a dignidade desses povos que vivem há mais de 500 anos sendo explorados”.

Por fim, Zé Francisco lembra que há atualmente no mundo, mais de 1,5 bilhão de pessoas sem qualquer trabalho nem perspectivas. Em 2009, esses aspectos foram todos discutidos durante o Fórum Social Mundial, que aconteceu em Belém. Hoje, diz, os dados são mais alarmantes, pois, em todo o mundo, cerca de dois bilhões de pessoas não têm o que comer e trabalham sem quaisquer direitos assegurados. “São temas amplos, que abrem um leque para discussões, para reflexões e que a gente precisará ver e tirar algo de concreto que minimize estas situações todas em favor dos trabalhadores, da humanidade, a partir da redução das desigualdades entre ricos e pobres a partir das grandes potências comerciais, como China, Estados Unidos, Índia etc”.

Fonte: UGT-PA