Rendimento médio do trabalhador paraense ainda é um dos menores do Brasil

Em uma década, trabalhador viu ganhos aumentarem míseros R$ 25, enquanto salário mínimo vigente dobrou no período. Paraense enfrenta perda de poder de compra e inflação nas nuvens

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Mais paraenses ingressaram no mercado de trabalho este ano, o desemprego deu trégua, a renda melhorou um pouquinho e a massa salarial que circula em setores como comércio e serviços até ampliou. Tudo isso é muito bom para a economia do estado, mas ainda não é o suficiente para tirar o Pará da condição de uma das localidades do país onde o trabalhador vê ao final do mês um dos rendimentos mais “miados”, como os próprios paraenses assumem.

A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T), recém-divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Blog do Zé Dudu traçou o ranking do rendimento da população ocupada nas 27 Unidades da Federação, levando em consideração o dinheiro real habitualmente recebido durante o mês. E lá está o Pará: entre os dez piores colocados.

No segundo trimestre deste ano, o rendimento médio do trabalhador paraense era de R$ 1.937, pouco mais de um salário mínimo e meio. Em relação ao rendimento médio de 2012, que à época era de R$ 1.912, o rendimento não piorou, já que aumentou míseros R$ 25, mas também não melhorou significativamente. E aí está o problema: a estagnação dos ganhos do trabalhador revela, por trás dos números, a sua perda de poder de compra em uma década.

Acontece que, em 2012, o salário mínimo vigente era de R$ 622 e, com isso, o rendimento médio naquele ano era, comparativamente, mais de três salários. De lá para cá, o salário mínimo vigente praticamente dobrou, a inflação fez a moeda nacional perder valor, mas os ganhos do trabalhador paraense permaneceram praticamente inalterados.

Panorama nacional

Há situações Brasil adentro piores e também melhores que as verificadas no Pará. No país, a média de rendimento é de R$ 2.652, menor R$ 16 que uma década atrás. Apesar disso, no Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas, a queda passa de R$ 400.

Na capital do país, o trabalhador tem os maiores ganhos médios, de R$ 4.446, porém o rendimento está R$ 673 abaixo do que se recebia em 2012. Já em Pernambuco, onde o rendimento é de R$ 1.789 atualmente, a queda foi de R$ 533 no comparativo de dez anos, enquanto no Amazonas, cuja média de ganhos é de R$ 2.022, a perda de valor foi de R$ 466.

Na vanguarda do crescimento está o Rio de Janeiro, onde o rendimento médio é de R$ 3.248, com incremento de R$ 329 em uma década. Atualmente, o Rio de Janeiro disputa com São Paulo o posto de melhor lugar onde se ganhar dinheiro, depois do Distrito Federal. São Paulo tem exatamente a mesma média de remuneração do Rio, R$ 3.248, mas perdeu R$ 126 no comparativo com 2012.

O Piauí é outro que tem visto a remuneração disparar. Atualmente, com R$ 1.859 de média, o estado nordestino avançou R$ 277 em relação a 2012 e crescimento relativo de 17,5%, melhor performance proporcional entre as Unidades da Federação. Na sequência está o Mato Grosso do Sul, onde o rendimento é de R$ 2.899, com ganho de R$ 216 em relação a 2012.

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Confira o comparativo de rendimento médio do trabalhador entre os anos de 2012 e 2022 e veja a situação do Pará: