Prefeitura de Parauapebas reconhece apenas 42 bairros; saiba quais

No imaginário popular, haveria hoje uns 60 bairros. Comunidades autorreconhecidas como as das Chácaras (do Sol, da Lua e das Estrelas), Vale dos Carajás e Ipiranga perderam o “status”.

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Nem todos os denominados bairros que se intitulam como tais em Parauapebas os são de fato. E a prefeitura local já bateu o martelo: para que qualquer pedaço de terra urbano seja considerado bairro na sede municipal, a partir de agora, é preciso que tenha, no mínimo, cinco elementos, a saber, calçamento com sistema de captação de águas pluviais, abastecimento de água pela rede geral, esgotamento sanitário, rede de iluminação pública, postinho de saúde e escola de ensino primário.

As informações foram levantadas pelo Zé Dudu, que analisou uma lei sancionada em junho pelo prefeito Darci Lermen para regulamentar projetos urbanísticos no município de Parauapebas, cuja população urbana é uma das que mais crescem no país na esteira das riquezas geradas pela indústria extrativa mineral na Serra Norte de Carajás.

Nas contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Parauapebas tem em 2021 aproximadamente 219 mil habitantes, dos quais 197 mil estariam na sede municipal. Porém, como todos sabem, apesar da excelência de alguns dos métodos do IBGE, a população de Parauapebas gira em torno de 245 mil habitantes, tendo o eleitorado e o número de matrículas escolares como corte. Desse exército, 230 mil vivem hoje esparramados em bairros da área urbana e, também, no Núcleo Urbano de Carajás.

Zoneamento urbano

Na guerra de números que não se bicam, há a própria contagem de bairros, que estava chegando a 60 em deduções não oficiais. Mas a Prefeitura de Parauapebas espremeu e enxugou o território, delimitando apenas 42, dispersos em cinco zonas — o que, no médio prazo, vai facilitar a vida de carteiros e até mesmo de cobradores, que se perdem no emaranhado de endereços fictícios. Pela Lei 4.879, do centro de Parauapebas fazem parte 14 bairros: Cidade Nova, Primavera, Maranhão, Rio Verde, Nova Vida, União, Liberdade 1, Liberdade 2, Da Paz, Caetanópolis, Guanabara, Paraíso, Esplanada e Linha Verde.

Já a zona norte terá 15 bairros: Beira Rio, Parque dos Carajás, Vila Rica, Habitar Feliz, Altamira, Novo Horizonte, Jardim Canadá, Betânia, Alto Bonito, Vale do Sol, Tropical, Novo Viver, Santa Luzia, FAP e Polo Moveleiro. Curiosamente, o Ipiranga, vizinho ao Tropical, não foi considerado bairro.

A zona sul da cidade terá meia dúzia de bairros: Parque das Nações, São Lucas, Brasília, Morada Nova, Jardim América e Jardim Planalto. Vizinha a ela está a zona sudeste, com cinco bairros: Nova Carajás, Apoena, Amazônia, Alvorá e Novo Brasil. E de frente para a sudeste está a zona nordeste, com apenas dois bairros: Cidade Jardim e Minérios.

Do ponto de vista demográfico, a zona central é, de longe, a mais populosa, até por concentrar quatro dos cinco bairros mais populosos de Parauapebas (Rio Verde, Da Paz, União e Liberdade). Nessa zona, o adensamento urbano é mais visível e a maior parte dos terrenos já estão com construções consolidadas. Mas, do ponto de vista territorial, as zonas sudeste (liderada pelo Nova Carajás) e nordeste (puxada pelo Cidade Jardim) são as mais expansíveis, com alternância entre vazios demográficos e baixa ocupação.

Crivo intersetorial

De acordo com a prefeitura, a criação de novos bairros ficará condicionada à análise prévia da comissão formada por integrantes das secretarias de Governo (Segov), Meio Ambiente (Semma), Serviços Urbanos (Semurb), Obras (Semob), Segurança Institucional (Semsi), bem como da Coordenadoria Municipal de Terras (Cooter) e do Departamento Municipal de Arrecadação (DAM). Sem passar por esse crivo intersetorial e sem atender aos requisitos mínimos da Lei 4.879/2020, novos bairros serão meras extensões de comunidades já existentes.

Para o prefeito Darci Lermen, delimitar e estruturar as zonas possibilitam organizar a cidade, do ponto de vista urbanístico, além de conferir funcionalidade no desenvolvimento e crescimento do espaço urbano, “possibilitando ganhos de eficiência e qualidade na aplicação dos recursos públicos”.