É preciso unir forças e pensar no futuro.

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Parauapebas é uma cidade diferenciada das outras do estado do Pará. Primeiro porque só tem 25 anos de emancipação política, segundo porque abriga a maior mina de ferro a céu aberto do mundo, o que a leva ao topo da lista de exportadores brasileiros e, consequentemente, à arrecadações milionárias mensais.

A Mineradora Vale, que detém a concessão de lavra de Carajás é principal responsável pelo alto índice de ocupação dos hotéis, pelo valor elevadíssimo dos aluguéis e até pelos terríveis e estressantes congestionamentos que a população da jovem Parauapebas convive no seu dia a dia. Mas a Vale parece que  não se deu conta disso. Pouco, ou quase nada é dado em contrapartida pelo minério que extrai de Parauapebas e que a torna uma das maiores empresas do mundo no ramo da mineração.

Alguns diriam que ela (Vale) faz a sua parte pagando os impostos e que a obrigação de solucionar os problemas originários principalmente por ela é do executivo local.

Outros acreditam que não. Afirmam que, além de pagar os impostos, a Vale deveria ajudar a combater os problemas que sistematicamente ocorrem em municípios onde, como em Parauapebas, há uma suposta grande demanda de empregos, que provoca uma enorme migração. Que deveria contribuir com a qualificação dessa mão-de-obra, que deveria auxiliar na geração de alternativas de renda para quando o minério de ferro acabar, que deveria usar parte dos lucros aqui obtidos para incentivar a criação de empregos, e até que deveria bancar, em parceria com os municípios vizinhos, uma universidade.

Parauapebas completará no próximo 10 de maio o seu vigésimo quinto aniversário.

Quando aqui cheguei, em meados de 1984, o minério de ferro local era tido como uma fonte supostamente inesgotável. Diziam os que aqui estavam que tinha minério para, no mínimo, mais 400 anos.

Naquela época, contam os mais antigos, se retirava a produção com pequenos caminhões e até carroças. Hoje, esse transporte é feito com caminhões fora de estrada que podem levar de uma só vez o que se levaria um mês inteiro com o equipamento que se tinha à época da implantação.

O minério de ferro vai acabar em breve. Em consequência disso ( é a Lei do Mercado ) a Vale deverá se instalar em outros locais.

Em breve não haverá nenhum “empreendedor” em Parauapebas vivendo de aluguéis, não haverá essa demanda por alimentos, não haverá congestionamentos, não haverá tantas filas nos bancos, hospitais e, supermercados. Não, não haverá nada disso simplesmente porque não haverá mais emprego.

Nossas autoridades, e aqui cito todos os gestores que ao longo desses 25 anos de emancipação estiveram a frente desse município, não foram capazes de dialogar com uma empresa que sabidamente visa o lucro. Não houve, entre eles (gestores) quem tenha tido a sensibilidade para planejar Parauapebas para quando o minério de ferro acabar. Todos eles estavam preocupados apenas em receber e aplicar os impostos pagos pela Vale. Os prefeitos Faisal (R$1 milhão), Chico das Cortinas (R$2,5 milhão), Bel Mesquita (R$18 milhões) e Darci Lermen (R$90 milhões/mês) nada fizeram de produtivo para que esse município fosse auto-sustentável quando a Vale partisse.

Foram incompetentes os gestores acima citados?

A resposta é SIM!

Seria leviano de minha parte dizer que não se preocuparam com isso, mas afirmo com toda certeza que não houve uma tentativa concreta de diálogo com representantes da mineradora. Não houve um trabalho que transformasse esse vínculo de “pai”, “patrão”, “fonte de renda” que a Vale teve até hoje para com Parauapebas em um vínculo de “irmão mais velho”, de “professor”, de um pai que quer ver seu filho crescer, se formar, casar e constituir família.

Sim, Parauapebas é, sem sombra de dúvidas, uma “cria” da Vale. Foi ela que comprou a área e implantou o primeiro loteamento regularizado no município, construiu o hospital, escola e tantos outros empreendimentos que até hoje estão ai pra todos verem. Todos nós estamos aqui em decorrência da Vale, por causa dela.

Ao longo desses 25 anos houve um agastamento na relação de Parauapebas com a Vale. Agastamento esse que ficou mais evidente com a difícil relação com o último governo, tantas vezes exposta nas mídias nacionais. Está na hora de acabar com isso. Passou da hora do novo gestor formar uma equipe capaz de negociar com a Vale. Paragominas fez isso e hoje é o município xodó do estado. E olha que nossos problemas perto dos de Paragominas são insignificantes, hoje!

Essa equipe, acredito, poderia ser formada por membros do atual governo, da confiança do prefeito, por representantes do judiciário, do legislativo, representantes de classes, e, porque não, pelos outros quatro prefeitos.

Seria loucura colocar todo esse pessoal junto para discutir o futuro de Parauapebas, diriam alguns. Acredito que todos os quatro ex-prefeitos têm muito ainda a doar à Parauapebas. Não é hora para ideologias políticas, para ranços politiqueiros. É hora de pensar grande, pensar uma Parauapebas alto-sustentável, com educação, saneamento, habitação, emprego, saúde e lazer condizentes com todo esse recurso que aqui é gerado.

Está na hora da Câmara de vereadores provocar essa discussão. Nossos novos legisladores deveriam pensar urgentemente nisso e comprar essa briga para que, quem sabe no quinquagésimo aniversário, os moradores de Parauapebas tenham realmente o que comemorar.

16 comentários em “É preciso unir forças e pensar no futuro.

  1. Ex - ferroviário Responder

    Depois que a VALE explorar tudo que tiver valor ecnomico vamos ver o norte de PARAUAPEBAS !

    IQUAL O DE ITABIRA !!!!! AHHHHHH !!! AHHHHHH

    Voce verá o norte o tamanho do buraco que ficou !

  2. Pedro Responder

    Tá de brincadeira, né Zé Dudu?? Imputar as mazelas de nosso município à iniciativa privada, em especial à Vale, só pode ser gozação…. Além disso, está muitíssimo mal informado. A Vale já apresentou estudos de outras matrizes econômicas, visando dar um norte após o fim da extração mineral. Houve avanços? Não, e sabe por quê? Porque os gestores que por aqui passaram só visam o lucro próprio, como se fossem executivos de uma empresa privada.
    A Vale investe em formação de mão-de-obra, sim. Você conhece o Programa Escola Modelo? O Programa de Preparação para o Mercado de Trabalho?, Entre outros investimentos na Educação. A sua resposta será não, porque somente um cego e oportunista não enxerga e reconhece o valor que a Vale traz para Parauapebebas e Região.

    • Anônimo Responder

      Calma…. muita calma… isso que você citou não é nada em relação ao que a vale ganha em cima de Parauapebas…

  3. MP Responder

    Primeira pergunta !
    O que viemos fazer aqui em Parauapebas?
    Se todos responder esta indagação certamente teremos uma cidade melhor .

    Vamos lutar por melhor qualidade de vida por um município saudável onde podemos nos orgulhar de seu brasão !

    Todos podem contribuir exercendo sua cidadania de forma respeitosa !

    O município não tem culpa de suas mazelas muita das vez estas mazelas são impostas pelos agentes externos e por atitudes oportunistas e forateiros de primeira hora.

    Vamos a Luta por uma Parauapebas melhor onde todos temos orgulho de morar !

  4. Marcos Roberto Leao Responder

    Se resolve com gestão. Vamos em Paragominas ver o que a Prefeitura de lá conseguiu fazer com menos de 10% da receita que Parauapebas tem.

    Aliás, o Prefeito Walmir sabendo disso, cantou em verso e prosa que iria seguir o modelo de Paragominas. Trouxe até o Prefeito Adenan num comício. Vendeu gato e entregou lebre

  5. fabio o. Responder

    cidade estranha esta, com uma população que não se sente daqui, cheia de gente de fora que só pensa em ganhar dinheiro e voltar pro lugar de origem…
    saia do centro de Parauapebas e veja como as ruas e avenidas são escuras, falta constante de energia e agua, e a população não se revolta… coisa de quem não liga mesmo… basta uma igreja próximo e tudo fica bem…
    moro aqui há 2 anos e já aprendi a me resignar.
    como bem disse Moacyr Scliar “Este lugar nunca vai dar certo” rs
    http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2433&sid=445

  6. Eleitor Arrependido Responder

    Só para reforçar tais preocupações com o futuro que, em 2008, ano eleitoral, por três meses a vale deixou de vender minério e o que se viu foram várias empresas quebrando ou indo embora e o comércio totalmente atordoado, quer dizer: Parauapebas não andaria um segundo sem a Vale S.A.

    Infelizmente todos os prefeitos que por aqui passaram somente se preocuparam em fazer o mínimo de esforço: a velha política de sempre, encher as burras e muito mensalão para vereador. Penso inclusive que os funestos ex-prefeitos não deveriam passar nem perto da coisa pública sob pena de contaminação por suas práticas viciosas. O que deveríamos ver na verdade era um grupo de técnicos competentes para atrair empresas e investimentos das áreas tecnológicas para buscarem um projeto audacioso de produção de tecnologias diversas, pois um país sem tecnologia de ponta não passa de uma colonia como é nosso caso. Uma implantação de um novo “Vale S.A.” do Silício (mote da batatagem), desenvolvimento de equipamentos de prospecção geológica para o pré-sal, novas formas de moradias ecologicamente corretas, técnicas de despoluição de rios como no caso do Rio Parauapebas, engenharia do esporte, resort integrados com a natureza, reutilização da malha ferroviária, novas ligas de aço e etc. Sem estas referências será impossível mudar o curso deste trem desgovernado que se chama Parauapebas assim como a maioria das cidades do do Brasil.

  7. Anônimo Responder

    Tá cabando o Minerio ? Vo imbora, quando é o próxio trem? Vo deixar esse peba procês tomar de conta.

  8. Paulo Sérgio da Cunha ( Paulão Paulada) Responder

    Quando cheguei em Parauapebas (Rio Verde)em 1983 não tinha nada energia elétrica só motor estacionario (grupo geredor)hoje esta cidade merece pessoas que lutem para que fique a mais bonita do sul do Pará. Eu particularmente acredito no Walmir. Abraço a todos desta Cidade que amo. Zé mais uma vez parabens pelo seu blog.

  9. Raimundo Olimpio Responder

    Sinceramente, isso só vai acabar quando o politico não for politico, ou seja NUNCA!!!! O qua falta para o Pebas é moralizar a administração pública, creio que o novo gestor já está fazendo essa transformação, pois ele não é politico. Abcs

  10. Cauan Pirí Responder

    Pura verdade, Zé! Hoje a cidade é vista como o novo ” El dorado”, mas daqui a alguns anos, essa será uma cidade fantasma. Nunca vi tanta exploração, aluguéis de imóveis aos olhos da cara, acabei de alugar um pequeno apartamento no valor de R$ 2.500,00 sendo que em Sao Paulo eu pagaria não mais que R$ 500,00. Existe sim uma exploração por parte dos aproveitadores de plantão.

  11. MP Responder

    Parabéns !

    Vamos lutar por uma PARAUAPEBAS melhor com uma estrutura alto sustentável !

    Pessoas que gostam de Parauapebas tem esta atitude !

  12. Carlao Responder

    Daqui a 3 semanas é o aniversário desta cidade. Não temos nada para comemorar! ou temos? Cidade com alta arrecadação, mas sem saneamento básico, na realidade não tem o básico. Você acha que vereadores e secretários estão preocupados com isso? O resto é so maquiagem..

    • Araújo Responder

      Mas o povão quer é um “showzão porreta”, de graça, para beber e dançar, como nos tempos da prefeita Bel.

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