Pesquisas são atropeladas e eleitor paraense sanciona nas urnas protagonismo do MDB no Pará

O MDB elegeu nove deputados federais no Pará. O PL conquistou três vagas; o PT e o PSD, duas cada
Governador do Pará, Helder Barbalho, se reelege com a maior votação proporcional do Brasil

Continua depois da publicidade

Brasília – O rolo compressor do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), controlado no Pará pela família Barbalho, obteve nas urnas a maior vitória de sua história eleitoral, reelegendo Helder Barbalho governador, com a maior votação proporcional do país, obtendo 3.117.276 votos (70,14%), encerrando a disputa logo no primeiro turno e formando a maior Bancada do Pará na Câmara dos Deputados com 9 deputados, elegendo também, o candidato que apoiou ao Senado que, embora seja do PT, só obteve sucesso graças à atuação pesada da máquina estadual.

O partido também foi o responsável pela vitória do candidato petista à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro turno, que no Pará que obteve 2.443.730 votos (52,22%) contra 1.884.673 votos (40,27%) do atual presidente que busca a reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

Momento em que o governador Helder Barbalho registra seu voto, acompanhado da esposa e filhos

Sancionado pelos eleitores, o MDB elegeu nove deputados federais — todos com as mais expressivas votações; conseguindo eleger a deputada federal mais votada do Pará, Drª Alessandra Haber, que obteve 258.907 votos (5,71%), e outras três mulheres: Elcione Barbalho, com 175.498 votos (3,87%); Renilce Nicodemos, com 162.208 votos (3,58%) e Andreia Siqueira, com 125.004 (2,76%).

O MDB paraense conseguiu eleger também os deputados: Priante, com 167.275 votos (3,69%); Antonio Doido, com 126.535 votos (2,79%); Keniston (ver parágrafo abaixo); reelegeu o deputado Olival Marques, com 102.435 votos (2,26%), graças à força da Igreja Assembleia de Deus; Henderson Pinto, com 74.746 votos (1,65%), que compõe a Bancada da Região do Tapajós.

Senado

Apoiado pela máquina estadual, o deputado federal Beto Faro (PT), que começou em último lugar nas pesquisas, virou o jogo e foi eleito senador com 1.781.582 votos (42,55%), derrotando o ex-senador Mario Couto, do PL e ainda cedeu sua vaga na Câmara dos Deputados à sua esposa, a deputada estadual Dilvanda Faro, eleita a mais votada do PT com 150.065 votos. O PL conquistou três vagas; o PT manteve duas cadeiras e o PSD também.

Era alta madrugada quando a totalização e o resultado das urnas no Pará foram concluídos. O resultado tirou do mapa do Congresso Nacional a representação, na Bancada do Pará o PSDB — o grande derrotado nessas eleições em todo o Brasil. Desapareceram do mapa o PSB, o PTB, o Republicanos e o PP. O PSOL perdeu a única cadeira que tinha na bancada e o PDT foi um dos maiores fiascos dessas eleições, reproduzindo a péssima performance de Ciro Gomes no cenário nacional que acabou as eleições em quarto lugar, sendo superado pela quase desconhecida senadora Simone Tebet, do MDB do Mato Grosso do Sul.

Bancada do Carajás ressurge das cinzas

As eleições gerais de 2022 marcam o ressurgimento da Bancada do Carajás nas Casas Legislativas Federal e Estadual. O deputado estadual reeleito Chamonzinho, também do MDB, foi o estadual mais votado do Pará, obtendo 109.287 votos (2,40%), puxando a fila dos eleitos do partido, que obteve 12 cadeiras na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Fonte: TSE / Blog do Ze Dudu

Chamonzinho, com base eleitoral em Curionópolis e Marabá, também puxa a fila da representação do Carajás na Alepa. A Região do Carajás (RC), reelegeu os estaduais Dirceu ten Caten, de Marabá, com 66.397 votos (1,46%); Delegado Toni Cunha (PSC), de Marabá, com 33.388 votos (0,73%) e o novato Braz, de Parauapebas, com 65.495 votos (1,44%).

Fonte: TSE / Blog do Ze Dudu

Na Câmara dos Deputados, são de Parauapebas e da região mais ao sul, os dois representantes da Região do Carajás eleitos. Keniston, do MDB, ocupará uma cadeira em Brasília com respeitáveis 126.027 votos (2,78%), derrotando figurões da política na região. Façanha conseguida também pelo Delegado Caveira, do PL, que obteve 106.349 votos (2,35%), compondo ao lado do também Delegado Eder Mauro, do PL de Belém, com seus estrondosos 205.543 votos (4,53%) e Joaquim Passarinho, que obteve 122.553 votos (2,705), muitos desses votos colocado nas urnas pelos eleitores da região do Carajás, fecham a 2ª maior Bancada na Câmara dos Deputados.

Rolo compressor

Com muito custo, o PSD, o PT e o União Brasil, se safaram do rolo compressor do MDB — que esmagou legendas sem votos —, conseguiram eleger representantes. Os três partidos fecham a bancada paraense em Brasília.

O PSD reelegeu Júnior Ferrari pela Região do Tapajós, com 160.342 votos (3,54%) e o deputado estadual Raimundo Santos, pastor da Assembleia de Deus, em Belém, que volta à ocupar uma cadeira no Congresso Nacional, tendo obtido 62.366 votos (1,38%).

O PT elegeu a deputada estadual Dilvanda Faro para a Câmara Federal, com 150.065 votos (3,31%) e reelegeu — cirurgicamente — o deputado federal Airton Faleiro, pela Região do Tapajós, com 79.862 votos (1,76%), no limite de corte da média do quociente eleitoral. Por pouco o deputado não se reelege.

E por último, o União Brasil, que só não foi pulverizado pelo rolo compressor do MDB, graças a grande votação obtida pelo deputado federal Celso Sabino, que conseguiu garantir a sua reeleição, obtendo 142.326 votos (3,14%).

Podemos, Avante, Novo, Solidariedade, Cidadania, PV, PC do B, PRTB, PSC e demais nanicos, viraram pó, nessas eleições, no Pará.

Ao longo da semana o Blog do Zé Dudu fará análises mais aprofundadas do resultado dessas eleições históricas em resultados e recados enfáticos dos eleitores.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.