Pará é campeão de empregos no acumulado do ano

Parauapebas retorna ao pódio como município que mais emprega no Brasil. Das 100 mais importantes praças de trabalho em 2020 constam ainda Canaã, Pacajá, Marabá, Belém e Moju.

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Com saldo de 22.050 postos de trabalho com carteira assinada criados entre janeiro e setembro, o Pará assume, pela primeira vez na década, o posto de Unidade da Federação que mais emprega no acumulado do ano. A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu após examinar os dados ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) liberados ontem, quinta-feira (29), pelo Ministério da Economia.

O Caged referente a setembro conferiu ao maior produtor de riquezas da Região Norte saldo de 9.582 empregos formais, já efetuada a diminuição das demissões do total das contratações. Num ano extremamente difícil, marcado por paralisação econômica decorrente da emergência em saúde pública causada pela pandemia de coronavírus, o Pará mostra ser o estado brasileiro que conseguiu sair mais rápido — e melhor — do sufoco. Os estados que apresentam resultado mais próximo, no tocante à geração de empregos celetistas, são Mato Grosso (17.474), Goiás (14.868) e Maranhão (13.033).

O Pará, inclusive, conseguiu puxar a Região Norte para ser a que, atualmente, mais emprega. No acumulado do ano, o Norte contabiliza 30.151 oportunidades criadas, quase dez mil acima das 20.991 vagas abertas pelo Centro-Oeste. No extremo oposto, as regiões Sudeste, com 438.595 demissões a mais que contratações; Nordeste, com 98.789 demissões a mais; e Sul, com 72.432 demissões a mais, mostram que o desemprego ainda está longe de ser vencido.

Essas regiões são puxadas para trás por estados que acumularam grandes contingentes de novos desempregados por conta da pandemia. As piores situações em nove meses são as de São Paulo (-209.840), Rio de Janeiro (-181.850), Rio Grande do Sul (-74.445), Minas Gerais (-35.473), Bahia (-32.515) e Pernambuco (-28.963).

O Brasil fechou os primeiros nove meses de 2020 com 558.597 demissões acima de contratações. É como se uma “população” de trabalhadores quase do tamanho da cidade de Ananindeua tivesse sumido do mapa. No mês de setembro, entretanto, o país findou no azul, com 313.564 novos postos preenchidos.

Parauapebas volta a ser nº 1 no Brasil

Depois de ter perdido para São Luís (MA), em agosto, o posto de município que mais gera emprego no país no acumulado de 2020, a capital do minério voltou a ser o maior contratante com carteira assinada com a soma do resultado de setembro. Com 1.804 novos empregos criados no mês passado, Parauapebas acumula 7.576 vagas formais líquidas, superando a capital maranhense, que vem atrás com 7.367.

Para se ter ideia da dimensão dos empregos com carteira assinada criados em Parauapebas, o Blog confrontou o dado com a população dos municípios brasileiros e constatou que 1.991 dessas localidades têm menos moradores que a multidão contratada na capital do minério este ano. Exemplos não faltam, e o Blog também foi atrás deles aqui mesmo no Pará, onde oito municípios são menos populosos que a “população empregada” em Parauapebas este ano, a saber: Bannach, 3.262 habitantes; Pau D’Arco, 5.410; Sapucaia, 6.009; São João da Ponta, 6.217; Santarém Novo, 6.753; Faro, 7.070; Brejo Grande do Araguaia, 7.368; e Abel Figueiredo, 7.486. Por pouco, Palestina do Pará também não acabou “engolido” no comparativo: lá tem apenas seis moradores a mais que o total de trabalhadores que conseguiram se empregar de janeiro a setembro em Parauapebas.

No ranking dos 100 municípios que mais empregam no Brasil, o Pará ainda tem mais representantes. Canaã dos Carajás está muito bem, obrigado, na 19ª colocação com 1.933 oportunidades; Pacajá está em 38º com 1.503; Marabá, em 44º com 1.346; Belém, em 46º com 1.339; e Moju, em 99º com 745.

Vale destacar o desempenho da capital paraense que, após anos de estagnação no que diz respeito à geração de empregos, reagiu bem justamente no ano de pandemia e hoje é a 4ª capital que mais emprega e a metrópole com o melhor desempenho do país, superando até mesmo a rival Manaus, com quem mede forças regionais e disputa importância de centralização sociopolítica, embora a capital amazonense seja mais populosa.