Pará contabiliza 497 mil desempregados no início deste ano, revela IBGE

Ponto positivo da Pnad divulgada nesta sexta (13) é que rendimento dos trabalhadores cresceu e estado deixou de estar entre os três de menor ganho. Apesar disso, informalidade é altíssima

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Uma multidão suficiente para lotar duas cidades do tamanho de Parauapebas encontra-se neste momento sem ocupação no Pará. São 497 mil pessoas com mais de 14 anos que não trabalham ou têm qualquer outra atividade, 47 mil a mais que no final do ano passado. É como se num curto período de três meses o estado tivesse ganhado uma cidade do porte atual de Canaã dos Carajás só de desempregados.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que se debruçou sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T), referente aos primeiros três meses deste ano e divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra que o desemprego no Pará avançou de 11% no final de 2021 para 12,2% no início de 2022. No Brasil, a taxa de desemprego se manteve estável em 11,1% no mesmo período.

Além de ostentar taxa crescente de desocupação, o Pará é líder nacional em informalidade, com 62,9% dos trabalhadores ocupados sem, por exemplo, direitos trabalhistas — o que não é novidade por aqui há muitos anos. Para calcular a taxa de informalidade entre a população ocupada, são levados em consideração os totais de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, de empregados domésticos sem carteira, de empregadores sem registro no CNPJ, de trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e de trabalhadores familiares auxiliares.

A taxa de informalidade no Pará é mais que o dobro da de Santa Catarina, 27,7%, que detém o menor índice nacional. E não é só: a maior economia da Região Norte também apresenta números expressivos de pessoas ocupadas por conta própria (34,6%, 3º lugar no país), claro sinal do que faz o desemprego, e de trabalhadores na iniciativa privada sem carteira assinada (51,3%, 2º lugar nacional).

Rendimento do paraense cresce

No início deste ano, o rendimento de todos os trabalhos habitualmente recebidos pelos paraenses foi de R$ 1.832, crescimento de 4,33% sobre os R$ 1.756 registrados no final do ano passado. Com isso, até o momento o trabalhador do Pará é o 3º que mais viu a renda melhorar no país, atrás apenas dos avanços positivos registrados pelos trabalhadores da Bahia (4,48%) e do Amazonas (4,4%). No Brasil, a média de crescimento da renda foi de 1,51%.

O Pará, que já apresentou o 3ª pior rendimento médio do país, agora está na 9ª colocação, ainda assim atrás do rendimento médio do trabalhador brasileiro, que é de R$ 2.548; atrás do rendimento médio do trabalhador da Região Norte, de R$ 1.985; e atrás, também, do rendimento das demais Unidades da Federação que compõem a região.

Atualmente, o Pará tem 6,776 milhões de paraenses em idade de trabalhar, sendo 4,091 milhões na força de trabalho e 3,593 milhões efetivamente ocupados. Há 1,34 milhões de paraenses trabalhando na iniciativa privada, porém apenas 688 mil (praticamente metade) têm a carteira assinada, enquanto 474 mil trabalhadores estão alocados no setor público.