Mulheres conquistam cada vez mais espaço e liderança na área de pesquisa científica

A participação feminina na ciência, inclusive, ganhou uma data comemorativa: 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Renata Tedeschi

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Grandes descobertas que fazem parte do nosso estilo de vida são assinadas por mulheres, pioneiras em fazer ciência, como a polonesa Marie Curie (1867-1934), a primeira cientista a nomear e estudar as partículas radioativas, descobrindo o urânio, polônio e o rádio, além de ser a única cientista que ganhou o Prêmio Nobel de Física e o de Química; e a brasileira Jaqueline de Jesus, que coordenou o trabalho de sequenciamento de coronavírus no Brasil.

A participação feminina na ciência inclusive ganhou uma data comemorativa: 11 de fevereiro é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na ciência. No Pará, o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV DS), mantido pela Vale, em Belém, conta com uma equipe de 10 pesquisadoras que lideram e atuam em diversas pesquisas voltadas para conservação da biodiversidade amazônica.

Uma delas é Renata Tedeschi, com pós-doutorado em Meteorologia e Estatística, pela University of Exeter (Inglaterra), física de formação e com mestrado em Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela lidera pesquisas em clima, no instituto, a partir de estudos meteorológicos, com foco na previsão mensal de chuvas, principalmente na região de Carajás.

Além da interpretação de dados e de ser uma ciência que contribui com a produção agrícola, por exemplo, para Renata Tedeschi, o trabalho com a meteorologia se torna ainda mais emocionante: “Por ser tratar de uma ciência que aplica a física à atmosfera. E grande parte dos estudos afeta a população diretamente, principalmente por melhorar as previsões ou pelo entendimento de como um certo padrão afeta a região de interesse”.

O caminho trilhado foi árduo e repleto de escolhas. A paixão pela ciência começou cedo, ainda no ensino médio e intensificou durante a iniciação cientifica, no primeiro ano da faculdade, quando se tornou bolsista. Sobre a presença de mulheres atuando em ciência, Renata se mostra otimista. Para ela, ser pesquisadora não é fácil, mas a descoberta de uma resposta, ou o insight para uma nova pesquisa faz tudo valer a pena.

“Agora, ao pensar apenas na perspectiva da mulher, preciso dizer que sempre fui privilegiada, pois minhas orientadoras eram mulheres, e, nos institutos em que trabalhei nunca senti diferença. Mas é fato que a presença de homens brancos sempre foi maior. No entanto, acredito que um dia, nem que seja na geração dos meus netos ou bisnetos, essas diferenças serão bem menores”, acredita.

Bilologia

Saindo dos programas que avaliam as mudanças climáticas, nós vamos olhar para o mundo dos pequenos insetos. Também no ITV, a bióloga e pesquisadora Juliana Galaschi lidera pesquisa, focada na região de Carajás, sobre as abelhas sem ferrão, as abelhas nativas que vivem em sociedade e produzem mel.

Juliana Galaschi

O interesse de Juliana pela ciência também começou cedo, desde criança, a partir da curiosidade de conhecer melhor a área da Biologia. “Principalmente os pequenos animais [invertebrados]: aranhas e insetos em geral. Durante a graduação tive a oportunidade de começar a trabalhar com meliponicultura [a criação racional de abelhas sem ferrão] e, desde, lá não parei”, conta.

Para ela, estudar o comportamento das abelhas é uma das melhores partes de estudar a biologia das abelhas sem ferrão. “Poder manejar as colmeias em seu ambiente natural. Observar como a colônia é por dentro, a rainha, as operárias trabalhando e entender todo aquele pequeno universo é muito recompensador”, ressalta.

E o trabalho de Juliana vai muito além do laboratório e é feito com muita dedicação e afinco. “É muito bacana mostrar que biólogas se saem tão bem em trabalhos de campo, com bota na lama e ajudando com os materiais de manejo das colmeias, como outros biólogos. É importante desmitificar esse tipo de limitação. E eu fico muito feliz em poder participar e testemunhar cada vez mais o ingresso de mulheres na ciência. Mais feliz ainda em saber que é só o começo”, comemora.

Para as mulheres e meninas que se inspiraram e querem trabalhar com ciência, ambas as pesquisadoras reforçam que investir na qualificação profissional é essencial. “É importante, além da graduação, seguir na também na pós-graduação, como mestrado e doutorado. Além de atuar na iniciação científica para se familiarizar com a rotina em laboratórios e metodologia científica. E aprender inglês também é importante, já que é a principal língua utilizada em artigos de divulgação científica”, conclui Juliana.

Instituto Tecnológico Vale

O ITV é uma instituição sem fins lucrativos, mantida pela Vale, que atua com o objetivo de desenvolver soluções tecnológicas e científicas para os desafios da cadeia de mineração e sustentabilidade nos territórios em que a Vale está presente. Com duas linhas de atuação, o ITV Desenvolvimento Sustentável está localizado em Belém (PA), e o ITV Mineração, tem sede em Ouro Preto e Santa Luzia (MG).

Representatividade

A Vale segue verdadeiramente empenhada em promover a inclusão e valorizar a diversidade. Atualmente, as mulheres ocupam 22% dos cargos de alta liderança na companhia. Com a meta de dobrar a representatividade de mulheres em sua força de trabalho até 2025 (de 13% para 26%), a empresa conta com cerca de cinco mil empregadas a mais desde 2019. Hoje as mulheres representam 22% da força de trabalho.

(Da Redação / Fonte: Vale)