Morre em Belém, vítima de covid-19, o coronel Mário Pantoja

Acusado de ter comandado o episódio que ficou conhecido como o Massacre de Eldorado, em 1996, ele foi condenado a 280 anos de prisão e, atualmente, em prisão domiciliar, usava tornozeleira eletrônica

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O coronel Mário Colares Pantoja, da reserva da Polícia Militar do Pará, morreu na tarde de ontem, quarta-feira, 11, em Belém, em um hospital particular, acometido de covid-19. A direção da casa de saúde declarou que se viu em situação inusitada: ele usava tornozeleira eletrônica.

Pantoja ficou tristemente famoso internacionalmente. Ele era comandante da tropa do 4º Batalhão de Polícia Militar, de Marabá, e comandou a ação que culminou com a morte de 19 trabalhadores sem-terra, em 17 de abril de 1996, na Rodovia PA-150, que ficou conhecida como o Massacre de Eldorado do Carajás. Por essas mortes ele foi condenado a 280 de prisão.

O promotor de justiça Marco Aurélio Nascimento, do Ministério Público do Estado do Pará, foi o autor da denúncia contra os militares, que enfrentaram Tribunal do Júri. Pantoja permaneceu em liberdade durante 16 anos e foi preso só em 2012. Após cumprir quatro anos de pena em regime fechado, conseguiu prisão domiciliar em habeas corpus alegando motivos de saúde. Ontem, ele foi mais uma vítima da covid-19.