Milton Nascimento anuncia última turnê internacional em homenagem aos fãs

Com 60 de anos de carreira, 80 de vida, 42 discos e 5 Grammys na bagagem, o genial músico brasileiro decidiu que chegou a hora de se despedir dos palcos
Milton Nascimento é considerado um dos maiores músicos de todos os tempos

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Brasília – O ano de 2022 será marcado pela despedida dos palcos de um dos mais extraordinários e premiados músicos do mundo. Eleito pela revista Guitar Player como a melhor voz de todos os tempos, “Bituca”, como gosta de ser chamado pelos mais próximos, ou “o carioca mais mineiro do Brasil”, como ele próprio se define, Milton Nascimento anunciou a aposentadoria prestes a completar 80 anos de vida.

Com uma trajetória que completa 60 anos de carreira e 80 de vida, o cantor e compositor decidiu que chegou a hora de se despedir dos palcos. Mas, para que esse ciclo ficasse completo, o artista decidiu prestar uma última homenagem aos fãs com uma turnê internacional que promete ser épica: “A Última Sessão de Música”.

Milton Nascimento anunciou na noite do último sábado (14), durante participação no programa Altas Horas, que se despede dos palcos em 2022. Ali, o músico revelou o porquê da decisão de parar de fazer shows, mas garantiu que não abandonará a música.

“Solto a voz na estrada desde os 13 anos. Minha música me levou aos quatro cantos do mundo em seis décadas. Me tornei cidadão do mundo sem deixar de ser brasileiro. Este ano completo 80 anos e essa turnê marcará minha despedida dos palcos; da música jamais,” disse ele no programa de Serginho Groisman.

No canal do YouTube do cantor, em vídeo narrado por ele mesmo, Nascimento fala sobre sua trajetória na música. Veja o vídeo:

“Eu me considero o mais ‘mineiro’ de todos os cariocas,” afirma ao relembrar que foi em terras mineiras onde começou sua carreira. “Foi em Minas onde tive o maior encontro da minha vida: o encontro com a música”, diz no início do vídeo.

Ele recorda também dos “gigantes” da música nacional e internacional com quem “cruzou o caminho”, citando Tom Jobim, Elis Regina, Agostinho dos Santos, Quincy Jones e Eumir Deodato: “[Eles] me ajudaram a levar minha música para o mundo”.

Nascimento fala também sobre as amizades que todos os anos de estrada lhe proporcionaram. “Eu costumo dizer que sem as amizades minha vida jamais teria sido o que é. E nem a minha carreira,” declarou.

O artista lembrou os 42 álbuns lançados, entre eles nove indicações ao Grammy – desses, cinco ele levou para casa. As parcerias internacionais com Herbie Hancock, Wayne Shorter, Mercedes Sosa, Pat Metheny, James Taylor, Cat Stevens, Bjork, Duran Duran e Paul Simon também foram recordadas. Com os músicos mineiros Lô Borges, Beto Guedes e companhia, criou o projeto “Clube da Esquina”, gerando dois álbuns considerados obras-primas da Música Popular Brasileira. Em parceria com o instrumentista norte americano Wayne Shorter, lançou “Native Songs”, eleito pela crítica o melhor disco de World Music já lançado.

“Me tornei cidadão do mundo sem deixar de ser brasileiro,” se orgulha Bituca.

Por Val-André Mutran – de Brasília