Marabá: Vigilância Sanitária tranquiliza população sobre o consumo de pescado

Notícias acerca da contaminação de peixes pela doença da urina preta, ocorrida no Amazonas e em algumas cidades da região oeste do Pará, afastaram o consumidor local das peixarias, que vêm amargando prejuízos

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Não há motivo para a proibição da venda e do consumo de peixes e crustáceos em Marabá. É o que afirma a Divisão de Vigilância Sanitária (Divisa) da Secretaria Municipal de Saúde, em nota divulgada ontem, terça-feira (14). De acordo com o órgão, uma medida proibitiva poderia causar graves prejuízos ao sistema produtivo da região de Carajás.

O comunicado visa tranquilizar a população e minimizar os prejuízos sofridos pelo comércio de pescado na cidade, cujas vendas caíram cerca de 90% nos últimos dias, em razão de notícias dando conta que no Estado do Amazonas e em cidades do oeste do Pará pessoas que consumiram determinadas espécies de pescado e camarão foram acometidas pela doença de Haff ou doença da urina preta.

Os casos desse mal estão sob investigação em Santarém, Juruti, Trairão, Óbidos e Vitória do Xingu. Outro caso foi detectado em Igarapé-Miri, na região do Baixo Tocantins. A toxina que causa a oença de Haff pode ser encontrada em peixes como a Pirapitinga, Pacu, Tambaqui, Arabaiana, Beadejo e nos crustáceos lagosta, lagostim e camarão.

De acordo com a nota da Divisa de Marabá, não foi identificado nenhum caso de pescado contaminado oriundo da piscicultura de cativeiro. “Os peixes que apresentaram essa toxina se encontravam em ambiente natural, onde não é possível realizar o monitoramento, diferente do peixe de cultivo”, afirma trecho da nota.

Ou seja, entre as espécies citadas está o Tambaqui, porém, esse pescado vendido em Marabá vem de criatórios e não da natureza. Logo, não há possibilidade de que esteja contaminado. Quanto às outras espécies citadas, nenhuma delas é típica desta região do Estado.

Entretanto, a Divisa orienta que, caso alguém apresente os sintomas da doença, como o escurecimento da urina, a vítima deverá procurar o serviço médico para avaliação dos sintomas e realização de exames que ajudem a confirmar o possível diagnóstico da “Doença de Haff”.

O que é a doença de Haff?

Em Nota Técnica, a Vigilância Sanitária Estadual explica que a doença de Haff é uma síndrome que consiste de rabdomiólise sem explicação, que se caracteriza por ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, mialgia difusa, dor torácica, dispneia, dormência e perda de força em todo o corpo, urina cor de café além de elevação sérica de creatinofosfoquinase, mioglobina, transaminases e desidrogenase láctica, associada a ingestão de pescado (de água salgada ou doce) nas últimas 24h antes do início dos sinais e sintomas.

Veja abaixo a Nota Técnica que orienta sobre os procedimentos para a coleta de material para investigação da doença