Inflação do Pará é a 2ª maior do Brasil na prévia de janeiro

IPCA-15, que compreende período de 14 de dezembro a 13 de janeiro, mostra que nova onda de covid ajudou a elevar preço de diversos produtos e serviços; vaidade das mulheres também

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Na primeira medição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, o Pará já dá demonstrações de que o ano será difícil para o bolso dos 8,9 milhões de paraenses. Nesta quarta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da parcial de janeiro e constatou que os preços de produtos e serviços medidos no estado, tendo a Grande Belém como referência, estão 41% mais altos que no resto do país.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os microdados do IPCA-15, índice cujo parâmetro temporal desta rodada é o período entre 14 de dezembro e 13 de janeiro. Enquanto a inflação nacional foi de 0,58%, no Pará o avanço da carestia foi de 0,82%. O Pará só perdeu para a Bahia (1,08%) em aumento de preços nas prateleiras neste início de ano e registrou quase o triplo da medição de dezembro (0,32%) no estado. O Distrito Federal registrou a menor inflação do período (0,19%).

Uma das razões para o aumento acentuado da inflação no Pará, apurada pelo Blog, pode ser a nova onda de Covid-19 e o espalhamento de gripes entre dezembro e janeiro. O estado vive a expansão de síndromes gripais, o que tem levado muita gente a bater ponto em farmácias e hospitais. Com a procura anormal por medicamentos e tratamentos diversos, os preços sobem.

E isso foi percebido no radar do IPCA-15, que assinalou crescimento de 2,67% nos preços de itens relacionados a saúde e cuidados pessoais. Artigos de casa, como aqueles de cama, mesa e banho, dispararam 1,54%, ao passo que produtos de vestuário registraram inflação de 1,24%. Vale comparar que a inflação parcial de agora é maior que a registrada no mesmo período do ano passado, quando ficou em 0,78%.

O que ficou mais caro no Pará

Os produtos de perfumaria bateram recorde de preços no Pará, tendo supervalorizado 11,72% de meados de dezembro para meados de janeiro. É que o perfume é geralmente um dos itens mais oferecidos como presente nas festividades de final de ano. Ele foi o vilão da alta de preços, junto com o “companheiro” inseparável das mulheres, o creme de pele, que registrou aumento de 11,22%. O Pará é um dos maiores consumidores de cosméticos do país.

O preço da cebola (10,83%), da locação de carros (10,54%) e do abacate (10,34%) também superaram os dois dígitos nesta primeira medição do IPCA-15. Açaí (6,33%), tomate (6,32%), uva (6,09%), filé mignon (6,07%) e farinha de mandioca (5%) completam o pelotão dos itens que mais apresentaram disparada de preços na maior praça financeira da Região Norte.

No lado oposto, o preço das passagens aéreas despencou 15,63% devido a cancelamentos e restrições de viagens motivadas pela disseminação do coronavírus. Seguem o movimento de retração de preços a batata-inglesa e o açúcar refinado, que estão empatados com deflação de 7,94%. Melão (7,57%) e feijão preto (5,27%) também registraram baixa considerável.