Faturamento da Vale no Pará despenca R$ 55 bilhões; veja ranking das mineradoras

Mas ela não está sozinha: gigantes do setor, como Mineração Paragominas e Alcoa, também registraram desempenho inferior ao de 2021. Já a novata Fênix entrou para o seleto clube das mineradoras bilionárias, reportando sucesso nas operações financeiras de alucinantes 256,8%

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O ano de 2022 foi inesquecivelmente ruim para a Vale no Pará, onde o minério de ferro é a cereja do bolo de suas operações no mundo. A mineradora multinacional mais poderosa do Ocidente despencou sua movimentação financeira aqui no estado 40,8% no comparativo com 2021. Em valores absolutos, a empresa deixou de faturar R$ 54,766 bilhões. Essa foi a maior queda da Vale de um ano para outro, desde que começou a operar no Pará há quatro décadas.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) totalizados para 2022. Entre as dez maiores empresas mineradoras que operam no estado, a Vale apresentou o pior desempenho, puxada por um ano mais fraco para o minério de ferro em relação ao anterior, quando, ao contrário, ela registrou recorde de movimentação financeira por aqui, o que dificilmente se repetirá.

A Vale, não é demais lembrar, atua no Pará com CNPJ próprio e por meio de sua subsidiária Salobo Metais, que nada mais é senão ela mesma trajada numa indumentária metálica para extrair cobre em Marabá. Sozinha, a Salobo Metais também viu o faturamento cair de R$ 7,949 bilhões em 2021 para R$ 7,085 bilhões em 2022, mas bem menos que a empresa-mãe, que tombou de R$ 126,333 bilhões para R$ 72,431 bilhões no período.

Em um só corpo, isto é, considerando todas as suas operações, a Vale movimentou no ano passado R$ 79,516 bilhões, bem menos que os R$ 134,282 bilhões que ela retirou do chão paraense no ano anterior.

Novos protagonistas

As dez maiores mineradoras do estado movimentaram ao longo do ano passado R$ 89,983 bilhões em recursos extraídos do subsolo. Parece muita coisa, mas está anos-luz de distância dos R$ 142,745 bilhões alcançados de forma épica em 2021. Entre as dez manda-chuva da mineração, quatro — incluindo a Vale — apequenaram-se.

A maior queda no grupo foi da empresa D’ Gold, que encolheu 61,6%, tendo passado de um movimento bilionário (R$ 1,015 bilhão) em 2021 para R$ 389,88 milhões no ano passado. Mas na lista estendida até a 20ª posição, a mineradora Coluna é quem registrou o maior baque proporcional, na ordem de 80,7%, tendo encolhido de R$ 183,734 milhões para R$ 35,504 milhões.

Por outro lado, o maior crescimento entre as dez principais empresas do setor mineral que operam no Pará foi registrado pela Fênix, novata de nome que passou de R$ 496,264 milhões em 2021 para impressionantes R$ 1,77 bilhão apenas um ano após, salto de 256,8%. O ressurgimento da Fênix em 2022 deixou para trás gigantes tradicionais da indústria extrativa paraense, como a Alcoa (R$ 937,975 milhões e queda de 11,6%) e a Imerys (R$ 832,753 milhões e crescimento de 84,5%).

Três mineradoras (Grão Pará, Mineração Serra Dourada e Mineração Moema) simplesmente não existiam ou não produziram nada em 2021 e, por isso, não houve parâmetros para comparação da taxa de crescimento delas em 2022. Confira o ranking completo das 25 empresas de mineração que mais movimentaram dinheiro pela extração de minérios aqui no Pará, no ranking inédito organizado pelo Blog do Zé Dudu!