É do Pará a 3ª maior inflação do Brasil; veja os produtos mais caros

Em abril, disparada de alimentos e bebidas foi de absurdos 2,6%. Atualmente 27,36% da renda do paraense vão para comida, mas está cada vez mais difícil manter tomate e açaí no cardápio

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A inflação oficial consolidada de abril, divulgada nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz o Pará em terceiro lugar na alta de preços no país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no mês passado chegou a 1,21%, taxa mais alta já registrada para abril desde o início do Plano Real. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Tendo Belém como ponto de medição, a inflação paraense empatou com a registrada no Mato Grosso do Sul (1,21%), Sergipe (1,36%) e Rio de Janeiro (1,39%). Foi maior que a média do país, que cravou 1,06%, e quase o dobro do IPCA assinalado na Bahia (0,67%), estado onde se verificou a menor taxa entre as localidades medidas.

Apesar do dado de Belém ser referência regional, os municípios sentem a intensidade da inflação de maneira diferente. Em Parauapebas e Canaã dos Carajás, há evidências de que os índices sejam muito maiores que a média estadual. Gasolina, itens da cesta básica e serviços relacionados à área de transporte são sensivelmente mais caros nesses dois municípios mineradores do que em qualquer outro lugar do Pará.

No acumulado do ano, o IPCA médio paraense mostra que produtos e serviços encareceram em média 4,37%, acima do acumulado do ano para o Brasil, de 4,29%. Entre os componentes do índice, o custo do aumento de alimentos e bebidas foi de absurdos 2,6% em abril e os gastos com transportes subiram 2,3%. Hoje, 27,36% da renda dos paraenses vão para a comida e 19,34% são utilizados nos serviços de transportes.

Produtos mais caros

Se o paraense fosse viver de tomate, com certeza um salário mínimo não daria para sustenta-lo. O preço de um dos principais itens do cardápio da salada disparou absurdos 17,92% em abril. Aliás, frutas, verduras, legumes e tubérculos em geral puxaram os índices de inflação no estado. O tomate, por exemplo, é acompanhado pelo melão (12,49%) e por um produto sagrado para o paraense, mas que está sumindo do cardápio diário e se tornando artigo de luxo devido à carestia: o açaí.

O caso do preço do roxinho é a clara demonstração de como os preços enlouqueceram no país, com disparada de 12,16% no açaí. Maior produtor e consumidor brasileiro, o Pará não consegue mais ter açaí à mesa como outrora, nem mesmo no período de safra, já que a delícia venerada no Brasil e no exterior não para de subir. Além do açaí, do melão e do tomate, outros seis produtos paraenses inflacionaram seus preços em mais de 10% no mês passado.

Veja os itens que mais encareceram no Pará em abril:

1º Tomate: 17,92%

2º Melão: 12,49%

3º Açaí: 12,16%

4º Batata-inglesa: 12,04%

5º Feijão carioca: 11,94%

6º Óleo de soja: 11,42%

7º Brócolis: 10,95%

8º Antidiabético: 10,83%

9º Hormônios: 10,69%