Divulgado resultado da enquete sobre novas datas do Enem

Antes da suspensão da prova, o Enem estava marcado para acontecer em novembro. Após questionamentos judiciais, o Congresso e o Senado interviram e aprovaram um projeto que adiava o Enem 2020

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Brasília – O secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, em uma coletiva de imprensa realizada em Brasília nesta quarta-feira (1), anunciaram que o mês de maio de 2021 foi a data que obteve a maioria dos votos dos candidatos inscritos na enquete para a escolha do novo período de aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O exame deste ano foi suspenso devido a pandemia do novo coronavírus. Antes da suspensão da prova, o Enem estava marcado para acontecer em novembro deste ano.

Após questionamentos judiciais, o Congresso e o Senado interviram e aprovaram um projeto que adiava o Enem 2020. Logo, o texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados. Nesse período, Abraham Weintraub, então ministro da Educação, levantou uma enquete para conhecer a opinião dos participantes do exame.

Estudantes criaram uma campanha nas redes sociais pela realização da prova em maio. A nova data, por sua vez, foi escolhida para dar mais tempo para preparação dos candidatos na rede pública. Estudantes de baixa renda reclamam que não tem igualdade de condições de assistir aulas pela internet por não possuírem computador e acesso à internet, desequilibrando o certame.

A enquete acumulou 1.113.350 votos de estudantes inscritos no Enem. O valor representa 19,3% dos 5,8 milhões de candidatos confirmados no exame. Desses participantes, 50% responderam à enquete com a preferência da prova para maio de 2021.

O resultado será levado para discussão com o Conselho dos Secretários Estaduais de Educação (Consed); a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e outras entidades.

Ainda na coletiva, Alexandre Lopes informa que as datas servirão como “diretriz” sobre o desejo dos candidatos do exame. “Se colocasse muitas datas, ia ficar confuso para os alunos. Em dezembro, tinha a ideia de interesse dos alunos de fazer a prova este ano. Janeiro é ano que vem, mas com mais prazo. Maio era para o aluno ter mais tempo de estudar”, afirmou o presidente.

Dentre as opções, estavam os dias de 6 e 13 de dezembro de 2020; 10 e 17 de janeiro de 2021 e 2 e 9 de maio de 2021. Em cada um dos casos, a realização do Enem digital seria feita algumas semanas depois — 10 e 17 de janeiro; 24 e 31 de janeiro e 16 e 23 de maio, respectivamente. A nova data oficial deve ser anunciada dentro de algumas semanas.

A expectativa é que a definição do período de aplicação da prova seja anunciado daqui duas ou três semanas. Segundo Lopes, independentemente da data, o governo está se preparando para garantir a segurança sanitária dos participantes e das pessoas que trabalham na aplicação do Enem, com a disponibilização de álcool em gel e máscaras, além de diminuir a quantidade de estudantes nas salas.

Sisu e Enade

Paulo Vogel disse que o portal do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) já está aberto para a consulta de vagas para ingresso no segundo semestre deste ano, nas universidades e institutos federais de ensino. As inscrições vão de 7 a 10 de julho.

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, também anunciou que a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2020, que aconteceria em novembro, será adiada para 2021 em razão da pandemia da covid-19 e dos problemas para a conclusão do cronograma do segundo semestre letivo. A nova data ainda será definida. O Enade avalia o desempenho dos estudantes e dos cursos de ensino superior.

Bolsonaro revoga nomeação de Decotelli

Em meio às indefinições sobre o Enem, o Ministério da Educação segue sem comando na pasta.

O governo publicou na edição desta quarta do “Diário Oficial da União” o ato que tornou sem efeito a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli para ministro da Educação.

Decotelli permaneceu no cargo por cinco dias e não chegou sequer a tomar posse. Ele pediu demissão na terça-feira (30) e seu cargo já está sob disputa.

A permanência de Decotelli à frente do MEC ficou insustentável após a divulgação de erros e inconsistências em seu currículo.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente de Brasília.