Diretora é afastada após encenação de “Cavalo Tarado” e “Toma Rajadão” em creche

As músicas, em estilo funk, têm cunho sexual e apologia à violência
Já são cinco os casos denunciados nas escolas do estado

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Após a enxurrada de reclamações de pais de alunos que inundaram as redes sociais da Secretaria Estadual de Educação do estado do Rio de Janeiro, após a divulgação de um vídeo com crianças dançando durante a encenação das músicas “Toma Rajadão” e “Cavalo Tarado“, em uma creche no bairro de Costa Barros viralizar na internet, o titular da pasta, secretário de Educação, Renan Ferreirinha, disse que afastou do cargo a diretora da unidade escolar.

“Rajadão“ é uma expressão que faz referências aos disparo de armas de fogo. A letra da música ainda tem versos com conotação sexual. O secretário Renan Ferreirinha, repudiou o ato. “Tomei conhecimento do vídeo no início da tarde (quarta-feira (30), e a diretora foi afastada e responderá a sindicância. O entendimento é que isso inclusive fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas também é preciso deixar claro que esses casos são exceções. Na rede, temos mais de 4 mil diretores e diretores assistentes”, informou.

A semana iniciou com a abertura da sindicância prometida pelo secretário, para apurar as exibições da encenação ”Cavalo Tarado” e “Toma Rajadão“. A diretora Fernanda Alvarenga aparece dançando com crianças menores de seis anos ao som da música ”Toma Rajadão”, de Pedro Sampaio, numa versão com a participação da DJ Thaysa Maravilha.

A ocorrência não foi um caso isolado

Ao contrário do que diz o secretário Ferreirinha ao afirmar que o caso da professora e diretora Fernanda Alvarenga ser “um caso isolado’’, a verdade está na direção oposta. A diretora é a quinta profissional afastada de suas funções da rede pública de ensino a ser afastada em apenas dois dias. Na terça-feira (29), quatro diretoras de quatro escolas também foram afastadas e vão responder a sindicância por permitirem exibições da encenação “Cavalo Tarado’’ da Companhia Suave, também de cunho sexual. A companhia recebeu R$ 50 mil, em subvenção da Secretaria municipal de Cultura, por cinco shows, sendo quatro em escolas. A prefeitura agora tenta reaver o dinheiro argumentando que desconhecia o conteúdo das apresentações.

Alguns vereadores da Câmara e deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio, querem o imediato afastamento dos secretários de Cultura e de Educação dos cargos por incompetência e não saberem o conteúdo dos contratos que autorizam o pagamento com dinheiro público.

A diretora Fernanda Alvarenga, que mantém seu perfil fechado liberado apenas para conhecidos nas redes sociais, diz numa postagem a um de seus seguidores no perfil, se definindo como : ‘’Sou bagulho doido, trem bala é a bossy’’, gíria atribuída a quadrilha de traficantes que infestam os morros cariocas.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.

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