Desmatamento na Amazônia cai 27% e é o mais baixo em 24 anos. Pará ainda é o que mais derruba.

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A Amazônia Legal registrou o menor índice de desmatamento dos últimos 24 anos no período de agosto de 2011 a julho de 2012, informou ontem a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante evento na sede do ministério, em Brasília.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a região teve 4.656 km2 de floresta desmatada entre agosto de 2011 e julho de 2012. A área é a menor desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, e houve uma redução de 27% em relação à medição realizada entre agosto de 2010 e julho de 2011, quando a floresta da região perdeu 6.418 km2 de vegetação. A margem de erro é de 10% e os dados finais serão divulgados no próximo ano.

Até 2020, o governo brasileiro tem uma meta voluntária de reduzir em 80% o desmatamento em relação à média do período de 1996 a 2005, de acordo com o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, para o nível de 3.925 km2.

Durante o evento, a ministra informou que a partir do ano que vem, a autuação por desmatamento irregular pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) será feita eletronicamente para evitar fraudes. “Acabou a corrupção na fiscalização no Brasil”, disse.

O ministério gastou R$ 15 milhões no projeto, feito em parceria dos ministérios do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, que consiste no uso de um aparelho eletrônico por fiscais para registrar os autos de infração de desmatamento.

Por meio de um computador e uma impressora portátil, o fiscal fará a autuação, gravando a localização por meio de satélite e impedindo que as coordenadas da propriedade sejam marcadas de maneira equivocada. A prática do preenchimento inadequado dos autos de infração, segundo Izabella, é o maior responsável pelos cancelamentos de multas e inviabiliza a infração. “Tenho a honra, como funcionária pública, de acabar com o maior furo de fiscalização do Brasil. Agora, a arrecadação do Ibama vai melhorar, pois vai acabar com essa indústria de recorrer de multas”, disse.

Entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram apreendidos na Amazônia Legal 329 caminhões, 95 tratores, 143 outros veículos, 111 motosserras e 66 mil toras de madeira. Ao todo, foram lavrados 3.456 autos de infração na região entre agosto de 2011 a julho de 2012. O valor total das multas chega a R$ 1,6 bilhão.

Os dados são do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal, conhecido como Prodes, e são consolidados com informações coletadas ao longo de 12 meses por satélites capazes de detectar áreas desmatadas a partir de 6,25 hectares.

Dos nove Estados da Amazônia Legal, três apresentaram aumento no desmatamento: Tocantins (33%), Amazonas (29%) e Acre (10%). Entre as maiores quedas estão o Amapá (-53%), Pará (-44%) e Maranhão (-33%).

O levantamento mostra que, em números absolutos, o Pará continua sendo o que mais derruba vegetação nativa na região com supressão de 1,699 km2, seguido por Mato Grosso (777 km2), Rondônia (761 km2) e Amazonas (646 km2).

Fonte: Valor Econômico