Ação do Ibama contra crime ambiental revolta moradores de Uruará

Um agente do órgão ambiental acabou sendo ferido, após a destruição de um trator e de um caminhão empregados em desmatamento ilegal, pelos fiscais, ação prevista em decreto presidencial

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Um grupo de moradores do município de Uruará, no sudoeste paraense, revoltados com uma operação realizada pelo Instituto Brasileiro Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), protagonizaram uma ação violenta, onde um funcionário do órgão acabou ferido no rosto após ser atingido com uma garrafa de vidro. Atendido em hospital da cidade, ele passa bem.

De acordo com informações do radialista e jornalista Joabe Reis, os agentes do Ibama estão no município há cerca de 30 dias realizando a operação de combate ao desmatamento ilegal na região identificada como Terra Seca, considerada terra indígena.

A manifestação aconteceu na noite de ontem (5), próximo da área urbana de Uruará, após os agentes apreenderam um caminhão carregado com toras de madeira. Os moradores também acusam os agentes de atear fogo em caminhões, tratores e outros bens. Na noite de ontem, para impedir o prosseguimento da operação, eles queimaram uma ponte em uma estrada vicinal.

Os manifestantes cercaram o grupo de servidores do Ibama e durante o bate-boca um dos agentes foi atingido com uma garrafa de vidro. O objeto causou ferimento leve ao servidor, que foi encaminhado ao Hospital Público. Após receber atendimento médico, o funcionário foi liberado. Até o momento, o Ibama não se manifestou sobre o episódio.

A agressão de lesão corporal leve foi registrada na Delegacia de Polícia Civil, que encaminhou o caso para a esfera federal. “A população já não aguenta mais o modo como o referido órgão federal tem agido com operações opressoras e destruidoras, que desrespeita e afeta covardemente famílias de trabalhadores em suas propriedades privadas”, disse um dos manifestantes.

A destruição, por agentes do Ibama, de equipamentos como tratores e outros, que estejam sendo empregados no desmatamento e em outros crimes ambientais, está prevista no Decreto 6.514 de 2008, da Presidência da República, e deve acontecer sempre que os fiscais não tiverem condições de remover esses equipamentos da área que está sendo alvo das infrações.

(Antonio Barroso)