Coluna Direto de Brasília #Ed. 212 – Por Val-André Mutran

Uma coletânea do que os parlamentares paraenses produziram durante a semana em Brasília
Atuando na seara do ativismo ambiental e outros interesses, órgãos diversos se uniram para travar as obras da Ferrovia Ferrogrão

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PT não vota no PT
Caiu como um terremoto nos arraiais paraenses o levantamento do Instituto Doxa Pesquisas, sobre o perfil do eleitorado que diz que votará no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicado no último domingo (3), pelo Blog do Zé Dudu, que o leitor pode conferir aqui.

Aversão ou cansaço?
Dornélio Silva, cientista político e diretor da Doxa Pesquisa, que enviou gentilmente os dados do levantamento ao Colunista, disse que seria necessária a aplicação de um questionário específico para descobrir por que o eleitor que vota em Lula não quer nem ouvir falar em votar em candidato do PT ao Senado e à Câmara dos Deputados.

Mistério
As razões podem ser as mais diversas possíveis, como, por exemplo, a nulidade da atuação parlamentar dos deputados e senadores do PT do Pará no Congresso Nacional ou, no melhor ‘paraensês’: “muito lári lári e pouco carimbó…”

De baladeira a vidraça
Não é nenhuma novidade que congressistas que se acostumaram à vida fácil de criticar 24 horas o governo, não estejam conseguindo algum apoio do eleitorado fora de suas hordas militantes. O perfil do eleitorado nacional mudou em dois anos. Não apresentar alternativa ao que critica é uma faca de dois gumes.
Esse comportamento irresponsável cobra um preço e parece que a fatura chegou.

Dados da pesquisa
Nome da pesquisa: Contexto eleitoral no Estado do Pará
Margem de erro:
A margem de erro estimada é de 2,25 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
Tema:
Administração Pública/Eleições/Opinião Pública.
Execução:
Doxa Pesquisa
Registro no T.R.E.
: Nº PA-07254/2022
Período:
09 a 14 de maio de 2022
Local:
Estado do Pará
Amostra:
Foram entrevistados 2.000 eleitores.

Comeram abiu
Não se lê ou se escuta uma mísera palavra de nenhum ator político do Pará, que se apresente para analisar e, desconfio que não o fazem, por total ignorância do tema, sobre a cada vez mais preocupante e assimétrica política de concentração tributária imposta após a apuração da arrecadação da cota-parte do ICMS no Estado do Pará.

Hydra
A desigualdade da distribuição do bolo tributário do mais importante imposto do Estado está criando uma hydra de sete cabeças. Ao tempo que forma ilhas da fantasia sem sustentabilidade real nas províncias minerais, cujas jazidas um dia vão se esgotar, condenando outras regiões à total ausência de criação de oportunidades produtivas.
Já que não há minério, que se promova a pesca, o turismo ou outra atividade sustentável.
— Os números apurados no mês de junho deste ano espelham uma parte do problema.

Concentração
Em junho, a cota-parte dos municípios na arrecadação de ICMS atingiu R$ 384 milhões. Quase dois terços desse total ficaram com apenas dez municípios, que vão receber R$ 217 milhões. Aos 134 municípios restantes couberam R$ 165 milhões.

E quando o minério acabar?
O mais favorecido, como acontece desde janeiro, é Parauapebas, com R$ 57 milhões. Seguido de Belém (R$ 42,5 milhões), Canaã dos Carajás (R$ 37 milhões), Marabá (R$ 23,5 milhões), Barcarena (R$ 13,4 milhões), Ananindeua (R$ 11 milhões), Tucuruí (R$ 10,8 milhões), Castanhal (R$ 7,7 milhõ2es), Santarém (R$ 7,3 milhões) e Paragominas (R$ 6,6 milhões).
E quando o minério acabar?

Corre
É um corre Raimundo, foge Zé.
Nenhum pré-candidato a cargo público neste ano abre a boca para tocar sobre qualquer assunto que exija um plano alternativo ao que se apresenta como solução para a futura escassez das jazidas de minérios do Pará.
A cola do abiu lacra a boca e o óleo de peroba encera a cara dessas pobres, paupérrimas lideranças paraenses.
É como uma maldição.

De costas para o patrão
Alguém – quem se habilita? – precisa pegar pelos ombros alguns ministros e ministras do STF e chamá-los à realidade.
Quem lhes paga as contas, o povo, foi solenemente esnobado nessa semana, num misto entre deboche e desprezo para com todos os brasileiros.
Suas Excelências, os ministros Luís Barroso e Alexandre de Moraes ignoraram o convite.

Praga
O ativismo judicial é hoje a grande praga que ameaça a democracia no Brasil e está sendo conduzida por meia dúzia de ministros do STF, mas não apenas.
Eles resolveram de moto próprio que a separação dos Três Poderes — tema da audiência pública realizada na terça-feira (5), na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, não é com eles. Confira a íntegra da audiência aqui.

Falando sozinhos
A audiência foi solicitada pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que convidou os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que, além de não comparecerem, resolveram agredir os senadores ao não dizer o porquê da ausência.
Nunca se viu isso na história do país.

O que falta?
O que falta para o Senado vestir as calças e as saias?
No requerimento da audiência, o senador Girão afirma que “o flagrante ativismo judicial imposto por algumas instâncias do Poder Judiciário, mormente o Supremo Tribunal Federal (STF), mas não só ele, têm interferido diretamente e, diga-se de passagem, intencionalmente em decisões de outros poderes da República”.

Dois pesos…
Após duas horas do início da audiência, a assessoria do ministro Barroso informou que ele não iria ao Senado e ficou por isso mesmo.
Os senadores criticaram fortemente a atitude dos dois ministros. Alguns deles lembraram, inclusive, a atitude muito diferentes de quando são indicados para o Supremo.

…duas medidas
Em geral, indicados para cargos de ministros do STF costumam “sentar praça” no Senado, adulando senadores para que tenham seus nomes aprovados na Comissão de Constituição e Justiça e, depois, no Plenário.
Somente o Senado pode reagir a um vexame dessa natureza, mas não o faz.

Ministro Edson Fachin 

O amalucado Edson Fachin
Protagonizando mais um descalabro, desta feita, mais uma vez no exterior, para onde se mandam para falar mal do país, a Coluna refresca a memória do leitor, citando duas inesquecíveis e antológicas medidas da lavra do ministro Edson Fachin.
Libertar Lula alegando erro de CEP no processo. E acusar, sem provas, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à Rússia, tramar com o presidente Vladimir Putin um golpe eleitoral no Brasil através dos préstimos de hackers russos.
Deveria estar na cadeia o ministro.

Vexame no Wilson Center
Não satisfeito, Fachin defendeu uma das maiores maluquices que só pode ser atribuída a um lunático.
O homem, que há poucos dias presidia o Tribunal Superior Eleitoral no Brasil, disse em palestra na quarta-feira (6), em Washington, nos Estados Unidos, no Wilson Center, o mais prestigiado centro de pesquisas políticas do país, que “poderemos [no Brasil] ter um episódio mais agravado do que o 6 de janeiro daqui, do Capitólio”. Ele se referia à invasão da sede do Congresso americano, no início de 2020, por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que contestavam o resultado da eleição, para impedir a diplomação do presidente Joe Biden.

Sem provas
Qual a prova apresentada? Quem está por trás do plano que sequer aconteceu? Como Edson Fachin não está sendo processado pelas maluquices amolecadas que tem protagonizado com gravíssimas consequências à normalidade da vida democrática nacional?
— É a pergunta do milhão.

Quem se habilita?
Continua estarrecedor o fato de nenhum nome de peso (o nome existe?) da política na região de Carajás e do Tapajós ser ao menos citado nos levantamentos de intenção de votos em outubro, exceto o senador Zequinha Marinho, que disputa o governo do Estado, mas que, se perder, não perde o cargo de senador.
Repito a palavra: é estarrecedor.

Em segredo
Grande investigação federal está em curso e vai colocar na cadeia os grandes contrabandistas de minério no Pará.
Salve-se quem puder.

No que deu?
Ainda não se sabe qual o resultado prático da iniciativa de parte do setor produtivo, ao pleitear na Justiça, através de petição no Supremo Tribunal Federal (STF), na condição de Amicus Curiae, com o objetivo de garantir que órgãos, entidades e especialistas possam participar das discussões, argumentar e contribuir com a solução jurídica a ser definida pela Corte sobre a absurda paralisação das obras da Ferrovia Ferrogrão.

A pedido
O Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e muito mais agem para impedir a retomada das obras de construção da ferrovia, que interligará Sinop (MT) a Miritituba, em Itaituba (PA).

Petição
Na petição, segmentos da indústria, comércio, serviços, agricultura e pecuária, as entidades entendem possuir a legitimidade necessária para discorrer diante do Tribunal sobre os graves impactos que a suspensão do projeto trará ao setor e à própria sociedade. A petição é assinada pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Associação Comercial do Pará (ACP), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Sindicato da Indústria da Construção do Estado Do Pará (Sinduscon) e Centro das Indústrias do Pará (CIP).

CPI da ONGs
Mais uma vez, como sempre, a desunião da Bancada do Norte demonstra sua incapacidade política de atuar em interesse próprio. Esquecem que representam 24 milhões de brasileiros.
Não se uniram para exigir que Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, instale a CPI das Ongs da Amazônia (são mais mil entidades, fazendo sabe-se lá o quê), nessa papagaiada toda que virou a CPI do MEC, puxada pela oposição desesperada.

Senador Plínio Valério (PSDB-AM)

Vai instalar?
Em mais um pronunciamento sobre o assunto, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu a instalação do colegiado. O senador afirmou que o objetivo das apurações não é “demonizar” todas as ONGs, mas as que estariam causando mal ao país.
“Nós, do Amazonas, não toleramos mais essa intervenção que se faz. Não se respeita o governo brasileiro, o governo local. Vêm os doadores e passam [dinheiro] diretamente para as ONGs. Essas ONGs, acredite, com algumas exceções, nos causam muito mal. E há suficiente material para que a gente inicie uma CPI”, declarou.
O corajoso Plínio Valério é mais uma voz a falar só sobre os interesses da região.

Efemérides I
Nesta sexta-feira, 8 de julho, comemora-se o Dia do Panificador, o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador e o Aniversário de Ouro Preto (MG). O sábado (9), marca o Dia da Revolução Constitucionalista e o Aniversário de Boa Vista, capital de Roraima. No domingo, 10 de julho, é comemorado o Dia da Saúde Ocular, o Dia da Pizza, o Dia do Engenheiro de Minas e o Dia Mundial da Lei. Na segunda-feira (11), comemora-se o Dia Mundial da População.

Efemérides II
Na terça-feira (12), é a data em que se comemora o Dia do Engenheiro Florestal. Na quarta-feira, 13 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Rock, o Dia dos Compositores e Cantores Sertanejos, o Dia do Cantor e o Dia do Engenheiro de Saneamento. E fechando o ciclo da semana, na quinta-feira (14), será comemorado o Dia do Engenheiro de Aquicultura, o Dia do Propagandista de Laboratório, o Dia da Liberdade de Pensamento e o Dia de São Camilo.

De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui no Blog do Zé Dudu.

Val-André Mutran – É correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
Esta Coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Zé Dudu e é responsabilidade de seu titular.

1 comentário em “Coluna Direto de Brasília #Ed. 212 – Por Val-André Mutran

  1. MILTON JOSE DE SOUZA Responder

    Peço coragem as Forças Armadas no auxílio ao presidente Bolsonaro a tomar as rédeas deste país ou então trocar os cavalos . Ass. Milton Joshue

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