Camponeses ligados à Fetraf desocupam escritório de prestadora de serviços da Vale em Parauapebas

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Eles querem celeridade nas negociações que envolvem as fazendas Lagoa e São João, ambas da mineradora Após reunião em Brasília (DF), ontem, quinta-feira (18), camponeses ligados à Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) desocuparam uma área da mineradora Vale que está sendo cedida à Prefeitura de Parauapebas, em comodato, para a instalação da Guarda Municipal. Eles faziam pressão para que negociações, que já duram mais de dois anos, ganhem celeridade e possam ser concluídas o mais rapidamente possível.

Na Capital Federal estiveram reunidos Vale, Incra Nacional, Ouvidoria do Incra e coordenadores da Fetraf. Dessa forma, ficou acertado que na próxima segunda-feira (22) o ouvidor regional o Incra estará em Parauapebas, onde, acompanhado de coordenadores da Fetraf, levantará as áreas a serem cedidas em comodato para a prefeitura, nas fazendas Lagoa e São João.

Segundo Jofre Alves Lima, um os coordenadores da Fetraf na região de Eldorado dos Carajás, Curionópolis, Parauapebas e Canaã dos Carajás, as tratativas entre Incra, Fetraf e Vale já vêm
acontecendo há dois anos e o motivo da pressão foi uma quebra de acordo.

Ele disse que hoje o movimento ocupa sete fazendas: Bocaina, Genoveva, São João, Lagoa, São Luiz, Ana Célia e Boa Viagem, esta última em Serra Pelada. Mas, a reunião de ontem em Brasília foi para tratar especialmente da São João e da Lagoa. Afirma que duas pautas apresentadas não puderam atendidas pela prefeitura, que chegou a começar a recuperação de vicinais nos assentamentos Nova Esperança e Nova Conquista, mas teve de retirar as máquinas porque se trata de área particular, pertencente à Vale.

O Ministério Público também recomendou que os trabalhos fossem suspensos. Após a reunião em Brasília, as partes entraram em acordo e as máquinas da prefeitura já vão poder voltar àquelas comunidades, uma vez que terão autorização da mineradora.

Adilzo Freire dos Santos, o Dio da Fetraf, diz acreditar que esses acordos sejam cumpridos desta vez. “Nós gostaríamos de ter esse direito, tanto da parte da prefeitura quando da Vale”, afirma ele.

Tony Araújo Oliveira, advogado dos camponeses, diz que a relação Fetraf, Vale, Prefeitura e Incra já tem mais de dois anos em Parauapebas, especificamente na questão voltada à ocupação da área próxima da Rodovia PA-275, depois do segundo viaduto, em direção a Curionópolis.

“Existem tratativas para que uma parte das áreas excedentes, no que diz respeito à instalação de trilhos, no projeto S11D, seja repassada para a criação de um parque ambiental e o excedente da criação desse parque seria distribuído para os trabalhadores da Fetraf para fins de reforma agrária”, explica ele.

O advogado afirma que essas tratativas vêm rolando há mais de dois anos, mas são muito burocráticas “e os trabalhadores vêm sofrendo com essa demora”. “Já foi feito um termo de cooperação entre prefeitura e Incra, para que ambos elaborem um plano que viabilize essas áreas para cultivo aos agricultores que já estão ocupando-as”, acrescenta, informando.