Caminhoneiros mantêm 2 pontos de bloqueio e Marabá fica sem uma gota de gasolina

Distribuidoras em Marabá têm 2 milhões de litros de combustíveis à espera do fim do bloqueio

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A paralisação dos caminhoneiros entrou nesta segunda-feira, 28, no oitavo dia. A categoria ainda mantém dois bloqueios em Marabá, o que causa o desabastecimento de produtos e combustível nas cidades. Os grevistas estão otimistas porque têm recebem apoio de parte da comunidade, os auxiliam com alimentos e água todos os dias.

Carlos Alberto Sá, um dos caminhoneiros que está com seu veículo parado em um protesto no Km 8,5 da Rodovia Transamazônica, em Marabá, disse que é reside em Coroatá-MA, mas que está motivado para continuar a manifestação por quanto tempo for necessário porque entende que a causa é justa e os benefícios estão sendo negociados com o governo na marra. Mas há também outro bloqueio na BR-155, próximo ao Distrito Industrial de Marabá.

Raizen-Marabá

Mas o efeito em cascata tem causado transtornos a muitos segmentos que imaginavam que não seriam afetados. É o caso de escolas e faculdades, que estão suspendendo as aulas até a próxima quarta-feira, o que representa a semana inteira sem atividades acadêmicas porque quinta é feriado e sexta-feira será “emendado”.

É o caso da Faculdade Carajás, que na manhã desta segunda-feira emitiu um comunicado em seu site e por meio de redes sociais para todos os 1.500 estudantes, com o seguinte teor: “Caros alunos! Considerando a atual conjuntura e dificuldade de locomoção devido à escassez de combustível, as aulas da Faculdade Carajás estarão suspensas nos próximos 3 dias. Prezando pelo compromisso com a qualidade do ensino e para não haver prejuízo ao alunado, a reposição de aulas será remanejada para o final do semestre. Agradeço a compreensão de todos! Prof. Alexandre Bueno – Diretor Acadêmico”.

Na rede municipal menos da metade das escolas funcionou na manhã desta segunda-feira. Falta combustível para o transporte escolar funcionar e a empresa contratada para efetuar o serviço na zona rural também já está com os tanques dos ônibus vazios. O prefeito Tião Miranda e o secretário municipal de Educação, Luciano Dias, devem tomar uma posição sobre a situação ainda nesta segunda-feira.

Os postos do município estão totalmente desabastecidos e de acordo com o agente Nunes, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), equipes policiais tentam convencer os caminhoneiros a liberarem alguns caminhões tanques para amenizar a situação na cidade.

Segundo informações de um proprietário de posto de combustível, as distribuidoras BR e Raízen (Shell), que têm plantas no Distrito Industrial de Marabá, estão com 2 milhões de litros de combustível estocados, metade de Diesel, apenas aguardando a liberação da rodovia para o abastecimento dos postos.

INTERVENÇÃO MILITAR?

Um grupo liderado por mototaxistas fez na manhã desta segunda-feira, 28, um protesto pelas ruas da cidade. No meio do caminho, eles pararam a caravana em frente ao quartel da 23ª Brigada de Infantaria de Selva e cantaram o Hino Nacional e pediram intervenção militar.

Pedido de intervenção militar

A Reportagem do blog em Marabá entrou em contato com a comunicação social da 23ª Brigada de Infantaria de Selva para saber se há alguma previsão de uso da força para retirada de comboios de caminhoneiros das duas rodovias federais, e a resposta foi que “estamos acompanhando, mas os pontos de manifestação não têm interrupção total das vias. Por enquanto não haverá intervenção”.

Sobre a manifestação com pedido de intervenção militar, a Brigada enviou a seguinte nota ao blog: Na manhã do 28 de maio de 2018 por volta das 10 horas, um grupo de manifestantes se reuniu em frente

ao Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl), apresentando suas reivindicações no sentindo de uma possível intervenção militar. A Brigada entende essas manifestações como livre, pacífica e democrática, e de livre participação daqueles civis que ali estavam, não havendo qualquer ligação ou orientação por parte do Comando da 23ª Bda Inf Sl com os organizadores do evento”.