Manifestantes pedem intervenção militar em frente ao quartel do Exército em Marabá

Caminhoneiros também exibem faixas com o mesmo teor em seus pontos de paralisação. Redes sociais repercutem o assunto.

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Um grupo liderado por mototaxistas fez na manhã desta segunda-feira, 28, um protesto pelas ruas da cidade. No meio do caminho, eles pararam a caravana em frente ao quartel da 23ª Brigada de Infantaria de Selva e cantaram o Hino Nacional e pediram intervenção militar.

E mesmo nos dois pontos de protestos dos caminhoneiros em Marabá há faixas e textos escritos nos parabrisas dos veículos com o mesmo pedido. Organizados por WhatsApp, os caminhoneiros estão irredutíveis. Nos grupos de alguns manifestantes, as medidas anunciadas no domingo, 27, pelo presidente Michel Temer, não surtiram efeito. Pelo contrário, nesta segunda-feira, 28, os participantes demonstram impaciência e irritação com Temer. Além de afirmarem que as reivindicações não foram completamente atendidas, eles aumentam a incitação por uma intervenção militar. Alguns grupos consideram que essa medida é uma questão de tempo.

Pelo tom das conversas, as reivindicações saíram do campo econômico e entraram na esfera política. Depois da dimensão que a greve tomou nos últimos dias, os caminhoneiros passaram a acreditar que podem mudar o rumo do País. Cada um tem uma tese diferente, expressa nas mensagens de WhatsApp.

Alguns acreditam que se conseguirem manter a paralisação por mais tempo, o governo atual será obrigado a renunciar. A maioria apoia a intervenção militar. Isso acabou criando uma situação inusitada com o Exército.

A reportagem do Blog do Zé Dudu participa de dois grupos, cada um deles com pelo menos 100 participantes. Na troca de mensagens, eles se organizam rapidamente. As informações se alastram em minutos, como ocorreu após o pronunciamento do presidente. Em áudios, líderes mostram a situação do momento e as decisões de manter a paralisação.

As fake news também são fartas nos grupos. No sábado, 26, circulavam vídeos com informações de que o governo cortaria energia elétrica de todo o País se a greve não chegasse ao fim ou de supostos áudios de integrantes do governo criticando a condução da greve. Também ganhavam simpatia dos grupos teses sobre uma possível intervenção militar. Numa delas, eles afirmavam que a Constituição Federal dava prazo de 7 dias e 6 horas de paralisação para que o Exército assumisse o poder.

A Reportagem do blog em Marabá entrou em contato com a comunicação social da 23ª Brigada de Infantaria de Selva para saber se há alguma previsão de uso da força para retirada de comboios de caminhoneiros das duas rodovias federais, e a resposta foi que “estamos acompanhando, mas os pontos de manifestação não têm interrupção total das vias. Por enquanto não haverá intervenção”.

Sobre a manifestação com pedido de intervenção militar, a Brigada enviou a seguinte nota ao blog: Na manhã do 28 de maio de 2018 por volta das 10 horas, um grupo de manifestantes se reuniu em frente

ao Comando da 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl), apresentando suas reivindicações no sentindo de uma possível intervenção militar. A Brigada entende essas manifestações como livre, pacífica e democrática, e de livre participação daqueles civis que ali estavam, não havendo qualquer ligação ou orientação por parte do Comando da 23ª Bda Inf Sl com os organizadores do evento”.

Ulisses Pompeu – de Marabá