Brasil prepara candidatura para sediar Copa do Mundo de Futebol Feminino da Fifa em 2027

Governo federal criou um Grupo de Trabalho para oficializar candidatura do país junto à Fifa a autoridade mundial do futebol
Reunião do GT para a Copa do Mundo Feminina de 2027

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O governo federal pretende que o Brasil seja a sede da Copa do Mundo Feminina da Fifa em 2027. Para isso, criou um Grupo de Trabalho (GT), a fim de elaborar o projeto que fundamentará a candidatura do país para sediar o evento. Dentre os vários atores do GT, o Ministério do Turismo faz parte da equipe que coordena a campanha.

O GT é interministerial e foi oficializado no dia 4 de outubro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Decreto nº 11.724, publicado no Diário Oficial da União. O principal objetivo do GT é coordenar as ações necessárias para atender aos requisitos estabelecidos no caderno de encargos da FIFA para países candidatos a sediar a Copa do Mundo Feminina. Dado o alcance diversificado do torneio, que transcende o esporte, dezenas de órgãos do Governo Federal participarão do GT sob a liderança do Ministério do Esporte, com a presença permanente da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF) nas reuniões.

Além do Ministério do Turismo, participam: os Ministérios das Cidades, das Comunicações, da Defesa, das Mulheres, da Saúde e o Ministério do Trabalho e Emprego, entre outros.

Com o GT, o Brasil está se preparando para competir com outras nações em busca do privilégio de sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. Estão à frente da iniciativa, representando o MTur, a coordenadora-geral de Atração de Investimentos, Cinthia Marques e a coordenadora de Assuntos Bilaterais e Projetos Internacionais, Juliana Oliveira.

Diálogo

Durante sua recente visita à sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o ministro Celso Sabino, discutiu estratégias para fortalecer a candidatura do Brasil com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e destacou maneiras de conquistar apoio internacional para o evento esportivo. Na ocasião, o ministro falou do potencial do país para a Copa do Mundo Feminina de 2027.

O Brasil é, junto a outras três candidaturas (duas delas formadas por conjuntos de países), finalista para ser sede do campeonato daqui a quatro anos. A escolha será feita em maio de 2024, no congresso anual da Fifa.

A ex-ministra do Esporte Ana Moser viajou aos países-sede de 2023 para acompanhar a Copa e também fortalecer a candidatura brasileira nos bastidores. Moser, disse na ocasião que acredita que a empreitada se encaixa na iniciativa de desenvolvimento da modalidade no país, que inclui a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, a ser regulamentada pelo governo.

Ela declarou: ‘’Esta candidatura não vem sozinha. Ela vem num contexto da construção do futebol feminino como foco desta gestão. Podemos fazer um paralelo com outros esportes, inclusive o meu, o vôlei, que conseguiu um avanço a partir da continuidade de um investimento. Não existe fórmula mágica. A Copa de 2027 seria a coroação de uma estratégia para trazer mais visibilidade. Uma ação ajuda a outra. Estaremos lá na Austrália e na Nova Zelândia brigando por essa candidatura pelo país e pelo continente, porque seria a primeira Copa do Mundo feminina na América do Sul”, afirmou a ex-titular da pasta do Esporte.

Troféu em disputa na Copa de 2027

O novo ministro dos Esportes, André Fufuca, ao assumir a pasta disse que dará continuidade ao projeto de candidatura do Brasil. Em nove edições do Mundial de Futebol Feminino, a América do Sul nunca teve a honra de receber a competição. O evento já passou pela Europa em três ocasiões. Estados Unidos e China também sediaram a Copa duas vezes cada um. A Oceania estreia em 2023. América Central e África também nunca foram premiadas com a realização do torneio.

O continente africano, no entanto, terá a oportunidade de competir tendo a África do Sul como candidata a país-sede. Outros dois blocos estão na disputa: Bélgica, Holanda e Alemanha formam a candidatura conjunta da Uefa (nião das Associações Europeias de Futebol); Estados Unidos e México, na da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe).

O diretor de competições da CBF Júlio Avellar também participou do Copa Delas e se mostrou otimista com as chances de o Brasil sair vitorioso na eleição do ano que vem.

‘’Importante acentuar que tivemos a Copa de 2014, a Olimpíada do Rio em 2016, a Copa América de 2019. Então, toda a parte de infraestrutura e maquinário desportivo já existe no Brasil. Temos candidatos fortes, é claro. A África do Sul sediou a Copa de 2010. Estados Unidos e México serão sedes em conjunto da edição de 2026. É uma luta dura, mas acho que as chances são ótimas’’, opinou Avellar, que trabalhou por 12 anos na Fifa.

As federações candidatas têm até o dia 8 de dezembro para enviar à Fifa, organização que regula o futebol mundial, a documentação necessária. Em seguida, será iniciada a inspeção da entidade nos futuros locais de jogos e treinos.

“Estamos entusiasmados com as manifestações de interesse recebidas, porque vêm de países com uma forte tradição futebolística, confirmando assim a popularidade do futebol feminino em todo o mundo”, disse a secretária-geral da Fifa Fatma Samoura, quando foram confirmadas as candidaturas finalistas, em maio de 2024.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.