O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem financiamento de R$ 22,5 bilhões para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O financiamento é de longe o maior já concedido pelo banco, que aprovou anteriormente desembolsos de cerca de R$ 10 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, e de R$ 9,5 bilhões para a usina de Jirau, no Rio Madeira.
Belo Monte, um polêmico projeto que deverá ser responsável por um terço da expansão da capacidade de geração de energia do país entre 2015 e 2019, exigirá investimentos totais de R$ 28,9 bilhões pelo consórcio Norte Energia, responsável pela obra.
O financiamento inclui R$ 3,7 bilhões que serão usados para a compra de equipamentos dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Além dos recursos do BNDES e dos acionistas, está prevista a emissão de debêntures de infraestrutura no valor de R$ 500 milhões para financiar o projeto.
Com previsão de área alagada de 516 km² em locais próximos a comunidades indígenas, Belo Monte tem sido alvo de protestos no Brasil e no exterior. Apesar disso, o diretor de Infraestrutura do banco estatal, Roberto Zurli, descartou a possibilidade de um empréstimo tão elevado provocar manifestações contra a instituição. “O BNDES já havia se comprometido a financiar esse projeto na ocasião do leilão. Acredito que não haja grande surpresa porque já existia essa expectativa”, afirmou em entrevista a jornalistas.
O empréstimo aprovado ontem inclui apoio aos investimentos necessários para mitigar os impactos sociais e ambientais da construção da usina. Uma parcela de R$ 3,2 bilhões do total a ser financiado será direcionada, segundo o banco, a esses objetivos. O início da operação de Belo Monte está previsto para fevereiro de 2015 e a última das 24 turbinas deverá começar a funcionar em janeiro de 2019, de acordo com o BNDES.
Fonte: Correio Braziliense