Atletas da modalidade esportiva Golbol pedem mais apoio ao esporte pouco conhecido em Parauapebas.

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Por Fábio Relvas

Golbol é uma modalidade esportiva desconhecida para muitos na cidade de Parauapebas, sudeste do Pará praticada por atletas que possuem deficiência visual e conhecido como futebol para os cegos. O esporte surgiu no município há 10 anos, mas atualmente poucas pessoas conhecem esta prática. O Brasil é o atual campeão mundial de Golbol e tem o atleta Leon como o número um do mundo.

Uma equipe formada por mais de 10 atletas treina todas as segundas no ginásio poliesportivo da cidade. “O esporte é pouco conhecido aqui na cidade. O Golbol é praticado por três jogadores em cada time, somando seis em quadra e todos usam vendas nos olhos. A bola é pesada e é arremessada com as mãos, tendo um som produzido pelos guizos internos para os atletas perceberem a direção”, afirmou Cristiane Oliveira, técnica de Golbol.

Antes do treino a técnica Cristiane Oliveira, com ajuda de um atleta, demarca a quadra com fios de barbantes sob fita adesiva para permitir a orientação tátil dos jogadores. A demarcação serve como se fosse à trave do esporte. Tudo isso é a preparação da equipe de Parauapebas da modalidade Golbol, que treina com todas as dificuldades e improvisos.

Como o inicio é sempre difícil, os atletas da cidade começaram praticando o esporte descalços, o que é não é permitido. Após a ida da equipe para os campeonatos de fora, todos tiveram que se adequar e agora treinam calçados. Quem tenta e se esforça em continuar os treinos é a técnica Cristiane, que sozinha consegue carregar com muita dedicação o esporte na cidade. A cada gol ela mesma tem que correr atrás da bola para repor em jogo. “Faltam profissionais de Golbol em Parauapebas. Estou sozinha treinando esta equipe e não é fácil”, declarou Cristiane.

Em Parauapebas os jogadores treinam visando grandes resultados, inclusive já participam de campeonatos fora da cidade. É o caso de Leonardo Nogueira, de 20 anos, que há quatro pratica o esporte e disputou competições como o centro Oeste e o Campeonato Paraense em Belém. “Em relação a resultados, não fomos bem, mas a preparação deles é bem melhor que a nossa, já que treinamos apenas uma vez na semana e diante de muitas dificuldades”, disse Leonardo.

O esporte surgiu em 1946 através do austríaco Hanz Lorenze e do alemão Selt Reindle. Apesar de ser praticado desde 2005 em Parauapebas, o Golbol é desconhecido e pouco praticado e com isso dificulta o apoio do poder público para viagens rumo a competições. “Tudo é muito difícil. As pessoas parecem não acreditar no esporte que praticamos e a falta de apoio das autoridades dificulta. Não temos traves para treinar, precisamos de mais bolas, materiais de treinos como as proteções que usamos nos braços, enfim. Esperamos que alguém olhe por nós”, desabafou Levi de Lima, atleta de Golbol.

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