Brasília – A classe política ao não legislar cumprindo com suas obrigações e prerrogativas resulta no que antes acabava em “pizza”, devido o caráter corporativista e distanciado da realidade das ruas, agora — por inação — acaba no Supremo Tribunal Federal (STF), até o futebol agora é decidido pela Corte Suprema. É o que acaba de acontecer com a decisão da ministra do STF, Cármen Lúcia, sorteada relatora das ações que contestam a realização da Copa América no Brasil, e o caso será analisado durante 24 horas em sessão extraordinária do plenário virtual na quinta-feira (10).
Nesse período, os ministros poderão incluir seus votos no sistema online. O julgamento foi marcado pelo presidente do STF, Luiz Fux, a pedido da ministra, que ressaltou “excepcional urgência e relevância do caso” e a “necessidade de sua célere conclusão”. A sessão começará e terminará no mesmo dia.
A realização da Copa América no Brasil é contestada por ações do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM). As ações apontam violação aos direitos fundamentais à vida e à saúde, bem como ao princípio da eficiência da Administração Pública, considerando o risco de aumento de casos de contaminação e de mortes pela Covid-19 no Brasil em razão da realização do torneio.
Ambas os processos têm pedidos de liminar para suspender o evento esportivo, mas a relatora achou por bem encaminhar o caso ao plenário para uma decisão conjunta dos 11 ministros.
A Copa América inicialmente seria disputada na Colômbia e na Argentina, mas foi transferida ao Brasil pela Conmebol com apoio da Confederação Brasileira de Futebol e do governo federal, a abertura do evento está previsto para o próximo domingo (13).
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.