Após tragédia, governo promete assentar acampados do MST em Parauapebas

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, esteve no velório das vítimas do incêndio nesta segunda-feira (11)
Lona preta improvisada abaixo da bandeira do MST, em sinal de luto pelas vítimas da tragédia de sábado (9)

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Brasília – Sob forte comoção, foram enterradas, nesta segunda-feira (11), as vítimas da eletrocussão e incêndio ocorridos no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), na Vila Palmares II, em Parauapebas, sudeste do Pará. Esteve presente ao velório o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Ele afirmou que o governo federal busca assentar definitivamente as famílias que estão acampadas no local. Na noite de sábado (9), um incêndio no acampamento provocou a morte de nove pessoas. Cerca de 3 mil pessoas estão acampadas no  local, segundo o movimento.

Teixeira acompanha a situação no Pará desde o domingo (10). O ministro anunciou que líderes da região e representantes da Vale analisarão a possibilidade de disponibilizar terras para reforma agrária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota de pesar aos familiares das vítimas, nesta segunda.

“Juntamente com o presidente do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] já demos início ao cadastramento de todas as famílias desse acampamento e vamos fazer um processo de arrecadação de terras para que possamos assentar todos ali que querem ser assentados,” afirmou o ministro.

Além do presidente do Incra, César Aldrighi, que acompanha Teixeira na viagem, também participaram da reunião o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB-PA), o deputado federal Keniston Braga (MDB-PA) e o deputado estadual Missias do MST (PT-CE).

O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (esq.) e o deputado federal Keniston Braga (MDB-PA), conversam aos acampados do MST em Parauapebas, na tarde desta segunda-feira (11)

“Nós vamos prosseguir com as negociações em curso para o assentamento dessas famílias. Tivemos ligação com o presidente da Vale semana passada para buscar uma solução para o assentamento dessas famílias. O governo do Pará estará representado e o prefeito de Parauapebas vai acompanhar os trabalhos”, disse Teixeira em seu Instagram no domingo (10).

Como foi a tragédia

O acidente ocorreu durante uma instalação de internet no acampamento, pela empresa G5 Internet. Uma descarga elétrica de alta-tensão foi gerada pelo toque da haste de metal da antena em um dos cabos da rede elétrica. Os três técnicos da empresa G5 Internet morreram instantaneamente, em seguida, uma faísca atingiu dois barracos, irrompendo o incêndio. Entre os nove mortos, seis eram assentados do MST, cinco dos quais foram identificados. As outras três vítimas são os técnicos Gabriel Pereira da Silva, Geovane Pereira dos Santos e Francisco do Nascimento Sousa Júnior.

O MST declarou em suas redes sociais que o incêndio foi causado pela “irresponsabilidade” da empresa. Em sua página do Instagram, a G5 internet afirmou que lamenta o falecimento de seus colaboradores e segue dando apoio e auxílio a suas famílias.

Em sua rede social, o deputado federal Keniston Braga (MDB-PA) postou: “Nesse momento de grande tristeza, quero ratificar minha particular preocupação com as famílias que estão vivendo a dor do luto no acampamento Terra e Liberdade, na Palmares II em Parauapebas. São mães e pais que perderam filhos. São esposas, esposos que perderam seus companheiros. São filhos e filhas que perderam seus pais. Agora, devemos agir para buscar soluções de fundo, na questão agrária, mas não devemos nos omitir em achar soluções práticas e imediatas que possam aliviar a dor dessas famílias”.

“Estaremos acompanhando os desdobramentos de toda essa situação,” concluiu.

Por Val-André Mutran – de Brasília

2 comentários em “Após tragédia, governo promete assentar acampados do MST em Parauapebas

  1. Fernandes Responder

    Segundo o movimento foi irresponsabilidade da empresa, realmente foi, atender um chamado particular para instalar Internet numa área de risco, onde centenas de palhoça foram erguidas num acampamento clandestino..ambas as partes foram irresponsável..

  2. João Batista Responder

    Agora vai, muitos realmente precisa e quer terra para trabalhar, mais setenta porcento não quer terra para trabalhar e sim para vender e ir prá outros movimentos aventurar mais terra prá vender.Enquanto não mudar essa política de reforma agrária vão continuar enxugando gelo.

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