Após declarações de Lula, Israel corta relações diplomáticas com o Brasil

Presidente brasileiro comparou a guerra dos israelenses contra os militantes do Hamas, em Gaza, ao genocídio nazista durante a Segunda Guerra Mundial
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de Abertura da 37º Cúpula da União Africana, na Sede da União Africana. Adis Abeba - Etiópia

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O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que neste domingo (18) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é bem-vindo ao país até que retire seus comentários comparando a guerra contra os militantes do Hamas em Gaza ao genocídio nazista durante a Segunda Guerra Mundial. “Não vamos esquecer nem perdoar. Trata-se de um grave ataque antissemita. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel — diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse”, afirmou.

Ontem, em entrevista coletiva após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, Lula voltou a condenar a atuação de Israel na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.

Até então, na visita oficial do presidente brasileiro ao Egito e à Etiópia, suas declarações oficiais mantiveram-se equilibradas, com Lula cumprindo o protocolo lendo os discursos preparados para os encontros pela equipe do Ministério das Relações Exteriores. Mas, Lula quebrou o protocolo ontem, e numa declaração de improviso disse: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou.

“O Brasil continua solidário ao povo palestino. O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza”, acrescentou, em outro momento.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu diz que Lula “cruza linha vermelha” ao comparar Israel e Hitler. “Ninguém nos deterá. Nem Haia, nem o Eixo do Mal”, disse o líder do Estado de Israel

A reação de Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler “é ultrapassar uma linha vermelha”. Netanyahu refere-se à fala do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que fez uma analogia entre os ataques de Israel contra o Hamas em Gaza e o genocídio promovido pelo ditador Adolf Hitler contra os judeus durante uma declaração à imprensa neste domingo (18), durante a Cúpula da União Africana, na Etiópia.

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Isso se trata de banalizar o Holocausto e tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”, afirmou o primeiro-ministro israelense em seu perfil no X, antigo Twitter.

Post de Benjamin Netanyahu no X, antigo Twitter, condenando a fala de Lula

Netanyahu e o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, concordaram em convocar imediatamente o embaixador brasileiro em Israel “para uma conversa de repreensão severa”, nas palavras do primeiro-ministro. Katz também publicou em suas redes sociais que as palavras de Lula são “vergonhosas e sérias”.

“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e pela segurança de seu futuro até a vitória completa, fazendo isso em conformidade com o direito internacional”, enfatizou Netanyahu.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.

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