Alepa tenta evitar greve na Polícia Civil do Pará

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A pedido do deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), o presidente do Poder, deputado Márcio Miranda (DEM), o líder do governo e as lideranças dos partidos na Assembleia Legislativa do Pará reuniram com os dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Estado (Sindpol), na manhã desta quarta-feira, 20. O objetivo foi mediar o diálogo com o governo do estado para evitar a greve da categoria, assim como a dos policiais militares, marcada para iniciar no próximo dia 26. Na mesma sessão, Edmilson anunciou o recado do Executivo sobre a garantia de não desconto dos dias parados aos servidores em greve do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). 

“A participação da Assembleia foi importante na negociação para o fim da desocupação do prédio e o fim da greve dos servidores da educação”, lembrou Edmilson, na tribuna. Do lado de fora da Assembleia, o Sindetran e o Sindpol realizaram ato público. “Não dá para o governo ignorar a ameaça de greve nas polícias civil e militar”, continuou o líder do PSOL, em plenário, ao demonstrar preocupação com o aprofundamento da crise da insegurança pública no Estado. “Acreditamos na negociação como caminho para solucionar o impasse, evitando a greve dos policiais. Mas se houver greve, os policiais terão a minha solidariedade e a do povo do Pará”, destacou Edmilson, na tribuna da Alepa. Ele foi aplaudido pelos policiais civis e pelos servidores em greve do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que lotavam as galerias da Casa. 

O psolista, que acompanha de perto as lutas dos trabalhadores, também defendeu o atendimento dos pleitos do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran): elaboração do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), realização de concurso público e adicional de risco de vida aos agentes de trânsito. “O PCCR do Detran já está na Casa Civil e será enviado para a Alepa (votar) amanhã (quinta-feira, 21)”, afirmou a deputada Cilene Couto (PSDB) respondendo aos anseios dos grevistas.

Reunião – Na reunião, o presidente do Sindpol, Rubens Teixeira, reivindicou como pautas principais para serem levadas ao governo a gratificação de nível superior a todos os policiais, pois hoje, apenas parte da categoria recebe o benefício correspondente a R$ 580, enquanto essa vantagem é negada aos demais, gerando insatisfação pela ausência de tratamento isonômico entre a categoria. A segunda exigência é o enquadramento funcional dos servidores. Por último, a categoria exige a incorporação dos abonos concedidos em gestões anteriores ao vencimento base. Enquanto não houver a incorporação, reivindicada há muitos anos, os servidores correm o risco de perder esses abonos a qualquer momento, além de que não podem ser incluídos no cálculo da aposentadoria. “Em 2011, o governo prometeu incorporar o abono em 2012 e 2013, mas não cumpriu”, reclamou o diretor jurídico Pablo Farah. Sobre a gratificação de nível superior, ele informou que, na véspera, o Sindpol obteve ganho de causa na justiça que obriga o estado a estender o benefício a todos os policiais. O sindicato teme que o governo recorra da decisão.

Na oportunidade, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado do Pará (Sepub), Ezequiel Sarges, cobrou a valorização dos trabalhadores do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). “Todos os acordos firmados com o governo do estado não foram descumpridos. Hoje, mais de três agentes prisionais estão internados no hospital, vítimas de ferimentos nas recentes rebeliões ocorridas nas Seccionais Urbanas da Cremação e de São Brás. Os agentes sofrem ameaça, mas não podem andar armados. Todo final de semana há motins e tentativas de fuga nas unidades prisionais. Enquanto isso, a Susipe renova os agentes a cada três anos, substituindo o pessoal experiente por indicados de políticos sem qualquer experiência”, criticou.

Fonte: Enize Vidigal – ASCOM do Dep. Edmílson Rodrigues