Votar? Em quem?

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Por Márcia Carvalho Leite

O dia 03 de outubro está chegando. É a primeira etapa da corrida eleitoral para a presidência do Brasil e também, para os governos estaduais. Tudo igual, sempre a mesma balela. “Porque sou pobre, porque sou honesto, porque nasci em uma família humilde, porque fulano é corrupto, porque estudei mais, etc e tal”. Nada de novo, nenhum salvador da pátria. Mas, alguém ainda acredita que eles existem? Eu não. Acredito nos interesses, mas essa é uma ferida aberta e não serei eu que a cutucarei.

Entretanto, penso muito em política, principalmente, em como seria perfeito se pelo menos a metade dos nossos políticos fossem realmente comprometidos com os cargos conquistados, se 80% das obras não fossem eleitoreiras e se o assistencialismo não estivesse tão impregnado em nosso contexto social. Penso em política porque sei ou, pelo menos, imagino o que acontece nos bastidores desta arte peculiar, tantos são os escândalos e flagrantes.

Penso nela porque não há como não pensar, já que sou cidadã e dependo dos nossos excelentíssimos representantes. Claro que dependo! Pois, na minha casa não pode faltar água, os preços dos alimentos não podem ser tão altos que meu salário não possa pagar, porque os hospitais precisam de médicos e as escolas de professores, porque as ruas precisam de iluminação e segurança e também, por conta das inúmeras necessidades que tem haver com os impostos arrecadados. Ah! E tem muito haver com o dinheiro suado que sai do meu bolso.

Daí me pergunto: Em quem devo votar no dia 03 de outubro?

Voto desde os 16. Entre mandatos para presidentes, governadores, vereadores, prefeitos, senadores e deputados, já digitei alguns números. Na primeira vez fui levada pela maioria e votei errado; na segunda vez justifiquei meu voto; na seguinte meus candidatos não se elegeram; na quarta vez ajudei a reeleger um presidente, que apesar de tudo, fez a grande diferença capaz de, hoje, eleger qualquer um que ele queira e um governador que mesmo sendo eleito pela grande maioria do povo do meu estado, teve seu mandado usurpado desavergonhadamente. Inglória!

É por essas e outras que não sei em quem votar, não sei se vai valer até o final, não sei se surpreendentemente as máscaras vão cair, como costumam desabar. Eis a questão. Continuo me perguntando todos os dias e noites após os bate papos e debates, será que todos são iguais ou será que existem exceções? Então, se existem exceções onde estão esses homens e mulheres que não aparecem? Será que foram engolidos pelos velhos tubarões, ou, estão aprisionados nos porões das casas democráticas? O que é verdade e o que é mentira nesse cenário em que palhaços semi analfabetos são candidatos? A que ponto chegamos e até onde vamos?

Não sei. Mas, ora, preciso perguntar, tenho que escolher. Não sei votar em branco e nem posso, porque alguém vai se aproveitar disso e pode ser um alguém que eu já desaprovei. Você também não deve saber e se já sabe e estás conscientemente certo que a sua escolha tem haver com um pais melhor, meus parabéns. Queria me sentir assim, seria a mesma emoção que senti quando fui à urna pela primeira vez, com a diferença de que eu estaria fazendo o certo.

Tem tanta sujeira debaixo desse tapete que fica difícil escolher. São tantas caixas e mais caixas de pizzas mofadas que o odor já se espalhou pelo Brasil. É por isso que não sei, mas eu tenho que ir, preciso exercer a minha cidadania. Preciso acreditar que não vou jogar meu voto fora.

Talvez, se não fôssemos obrigados a votar, se as leis fossem cumpridas com a rigidez necessária e se – conjunção maravilhosa dos sonhadores – não existisse o benefício da reeleição, poderíamos escolher melhor. Quem sabe assim, teríamos opções dignas da nossa ida à seção eleitoral e votar seria, verdadeiramente, um símbolo da nossa democracia. Quem sabe assim, valeria mais à pena.

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