Vigarista escolhe a vítima errada e acaba algemado pela PM em Parauapebas

Além de estelionatário, Nazareno Borges Leitão responde por um homicídio e um latrocínio, ambos cometidos em Ananindeua. Em um dos processos já foi condenado e estava foragido

Continua depois da publicidade

O estelionatário e homicida Nazareno Borges Leitão, 41 anos, que também se identificava como Marcelo Moura Araújo e usava nas redes sociais o perfil falso de Samuel Monteiro, foi transferido na manhã desta terça-feira (3) para a Cadeia Pública de Parauapebas.  Ele foi preso em flagrante, no final da tarde de ontem, segunda-feira (2), quando tentava comprar uma joia, avaliada em R$ 13 mil, de um policial militar que anunciou no site OLX.

Golpista contumaz, Nazareno Leitão tentou mais uma vez aplicar o golpe do depósito falso, por meio do qual já fez mais de 20 vítimas na cidade. O vigarista via os anúncios no site de compra e venda e, por meio do aplicativo WhatsApp, entrava em contato com o anunciante, dizendo-se interessado no objeto que estava à venda.

Foto colocada no perfil de WhatsApp com o nome de Samuel Monteiro

Era informado da identificação do anunciante e da conta bancária da futura vítima. Com esses dados, ele fazia um falso depósito, introduzindo no caixa eletrônico envelope vazio, ou fazia um falso TED. Enviava o print do comprovante de depósito ao vendedor, que lhe informava o endereço onde poderia buscar o objeto que havia acabado de comprar. O trambiqueiro, entretanto, não ia buscar, contratava os serviços de um motoboy para apanhar a encomenda.

Acontece que o dinheiro, evidentemente, nunca era creditado na conta da vítima, que ligava para Nazareno e nunca mais conseguia falar com ele, ficando, assim, no prejuízo.

Ontem, porém, ele escolheu a vítima errada, um PM que anunciou uma joia por R$ 13 mil. O estelionatário entrou em contato com o policial, anotou os dados bancários do agente da lei e, logo em seguida, enviou o “comprovante” da transferência da quantia acertada, informando que um motoboy estava indo buscar a joia.

O policial lembrou que os bancos não fazem transferência entre contas, de valores acima de R$ 4.999,00, e desconfiou imediatamente de que algo estava errado. Quando o motoboy chegou para buscar a joia, o PM disse que fazia questão de entregar pessoalmente e ambos foram até o endereço de Nazareno.

Paralelamente, o policial solicitou apoio de uma guarnição, que deu voz de prisão ao estelionatário. Nazareno ainda tentou reagir dizendo: “Não sou ladrão vocês não vão me prender”. Mesmo assim foi dominado, algemado e conduzido à presença da delegada Ana Carolina de Abreu.

Na DP, ele tentou ludibriar os policiais, dizendo chamar-se Marcelo Moura Araújo. Porém, não apresentou documento de identidade. Colhidas as impressões digitais dele pelos papiloscopistas e colocadas no sistema de identificação, o estelionatário teve a verdadeira identidade revelada. E mais: veio à tona a informação que Nazareno Borges Leitão é acusado de dois homicídios cometidos em Ananindeua e já condenado por um deles a 23 anos de prisão e considerado foragido da Justiça.

Também na delegacia, o motoboy contratado por Nazareno presou depoimento e conformou ter sido contatado por meio do OLX para buscar os objetos supostamente comprados.

De acordo com a delegada Ana Carolina, o vigarista mentiu o tempo todo na delegacia, afirmando, inclusive, que o celular encontrado com ele pertencia a outra pessoa que, ao perceber a chegada da polícia, jogou o aparelho no chão. A autoridade informou ainda que Nazareno já fez mais de 20 vítimas em Parauapebas e que a foto que usava no seu perfil do WhatsApp era de um agente do Detran, de Belém, que também foi vítima do golpista. A delegada orienta às pessoas que tiverem sido enganadas pelo  golpista e o reconheçam pelas fotos publicadas nesta matéria, que procurem a Delegacia de Polícia Civil para registrar Boletim de Ocorrência contra ele.

Na manhã desta terça-feira (3), ao ser removido para a cadeia, o vigarista tentou agredir o repórter do Blog, desferindo um pontapé que por pouco não atinge o equipamento do profissional.

(Caetano Silva)