Sem bandeirolas nas ruas, figurinhas da Copa movimentam escolas e empresas

Enquanto as cores verde-amarelo não ganham as ruas de Marabá com ornamentação, os álbuns da Copa da Rússia agitam recreio em escolas e empresas

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Faltando exatos 30 dias para a Copa do Mundo da Rússia, a agitação e efervescência de moradores para ornamentar suas ruas ainda não começaram. Tudo ainda muito “chocho”. E quem está aquecendo para o maior evento de futebol do planeta são os colecionadores de álbuns e figurinhas (também chamados de cromos), que já têm até locais para encontros semanais em Marabá.

Alguns diretores de escolas púbicas e privadas estimulam os estudantes para fazerem troca das figuras repetidas durante o horário de recreio. É o caso do Colégio Acy Barros, onde os alunos fazem troca durante o intervalo da manhã e da tarde. Carlos Rafael, 16, diz que há muitos colegas que levam seus álbuns para mostrar o que têm e até fazem brincadeiras valendo figurinhas repetidas de sua coleção. “Aqueles que não têm álbum se aproximam, admiram, ajudam a encontrar figurinhas que a gente não possui conversando com outros colegas”, conta Rafael.

Em algumas empresas, a motivação também toma conta dos adultos e os patrões estimulam a socialização dos cromos em um rápido intervalo do trabalho.

A jornalista Elizabete Ribeiro atua na agência de publicidade Aldeia Comunicação e revela que esta é a primeira vez que comprou um álbum de figurinhas. “Há cerca de um mês eu ganhei o álbum e pensei que meu filho gostaria de ter essa experiência, entretanto, por estar ainda com apenas 5 anos de idade, ele não se empolgou. Deixei o álbum de lado por umas duas semanas, mas como os colegas da agência também estavam na onda e ficavam falando direto do assunto e trocando as figurinhas repetidas, entrei na brincadeira”, diz.

Elizabete conta que, além de participar de um grupo de trocas de figurinhas na agência, visita alguns pontos da cidade que realizam momentos de troca, como na Praça Duque de Caxias (Marabá Pioneira), ou em um estande no Shopping Pátio Marabá. “Faço trocas ainda com alguns familiares que também possuem álbum”.

Para ela, a maior dificuldade não é a troca efetiva, mas comprar tantas figurinhas. Apesar do pacote com 5 cromos custar apenas R$2,00, a vontade de completar o álbum, às vezes, lhe leva a exagerar na compra. “Meu esposo já entrou na brincadeira comigo e geralmente me presenteia com alguns pacotes durante a semana”.

Atualmente, das 671 figurinhas, Elizabete já tem cerca de 300. Os times mais completos em seu álbum são a Espanha, Marrocos e Argentina. “Do Brasil já tenho o Neymar, e das figurinhas legendárias possuo da Seleção do Brasil de 1958 e a do Rei Pelé”, diz, bastante entusiasmada.

FALTA DE MOTIVAÇÃO

Leonardo Valente, por meio de uma rede social, fez uma declaração lamentando a falta de entusiasmo das pessoas em Marabá em enfeitar suas ruas para a Copa do Mundo da Rússia. “Não sei vocês, mas desde a primeira Copa que me recordo, a de 1982, não vejo uma fase pré-Copa tão fria. Não vi uma rua pintada sequer, nem percebo movimento para isso, e leio pouquíssimos comentários entre os amigos. Não fosse o alvoroço na troca de figurinhas em alguns lugares, nem me lembraria que já é no mês que vem.

Não vou entrar na questão do bom ou do ruim, da FIFA, da CBF, do patriotismo e coisa e tal. De minha parte, só sei que é uma sensação muito estranha, e que pela primeira vez minha motivação em torcer pela seleção é zero, e pelo que estou vendo não sou o único”.

Ulisses Pompeu – de Marabá