Ruralistas conseguem adiar sessão conjunta do Congresso para incluir na pauta vetos ao PL do marco temporal

A nova sessão foi marcada para o dia 9 de novembro. A FPA conta com um total de 374 integrantes: 324 deputados e 50 senadores
Sessão conjunta do Congresso Nacional para deliberar sobre vetos presidenciais

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Numa articulação com direito a corpo a corpo, com visitas a cada um dos deputados e senadores, a bancada ruralista conseguiu adiar a última sessão conjunta do ano do Congresso Nacional para análise de vetos desta quinta-feira (26). Agora, a sessão será em 9 de novembro e incluirá os vetos ao marco temporal das terras indígenas que não estava na pauta. Mais cedo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que o grupo estava articulando para a análise dos vetos ao marco temporal.

O congressista disse que não havia interesse de “permitir” uma sessão sem a inclusão dos vetos sobre o marco temporal. A FPA conta com um total de 374 integrantes. São 324 deputados, de um total de 513, e 50 senadores, de um total de 81.

Não foi fácil. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a indicar que a análise não seria feita agora. Disse que a pauta estava mantida como apresentada anteriormente, sem o marco temporal. Mas os congressistas da bancada do agro conseguiram pressionar para adiar a sessão desta semana.

O presidente Lula sancionou com vetos o projeto do marco temporal na sexta-feira (20). Na lei sancionada pela Presidência, o principal ponto do texto do Congresso Nacional, o marco temporal para demarcação das terras indígenas, foi retirado. Mas não foi o único ponto. Lula vetou um total de 34 trechos do projeto.

Outro ponto que saiu do projeto foi a indenização para proprietários de terras que depois do processo de demarcação forem consideradas indígenas. Além da tese do marco temporal, o trecho também era muito importante para os ruralistas.

Para os vetos permanecerem, é necessário aprovação do Congresso Nacional. Apesar da oposição da bancada do agro, governistas afirmam que vão lutar para manter a decisão de Lula.

A articulação para quais vetos serão derrubados e podem ser mantidos está somente começando, segundo congressistas da bancada. No entanto, o ponto central, que estabelece a tese do marco temporal, é um dos consensos do grupo, que critica o veto desde o primeiro momento.

* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.