RADAR PARAUAPEBAS: Saiba o que é notícia na Capital do Minério neste início de semana

Acaba de cair na conta da Prefeitura de Parauapebas quase R$ 105 milhões em royalties de mineração, o que fez receita do ano subir a R$ 1,4 bilhão. Vale divulga logo mais sua produção.

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BALANÇO DA VALE

Nesta segunda-feira (19), a mineradora multinacional Vale vai divulgar seu resultado trimestral após o fechamento do mercado. No balanço de hoje, a gigante soltará dados de produção e vendas computados no segundo trimestre deste ano. Aparentemente coisa de investidor, o anúncio é importante para Parauapebas porque traz dados acerca do comportamento da extração física de minério de ferro, commodity da qual o município é o maior produtor nacional e de que sobrevive econômica e financeiramente.

BALANÇO DA VALE (2)

O Blog do Zé Dudu adianta agora uma prévia dos dados que serão liberados logo mais, com base em informações do Ministério da Economia: de janeiro a junho, Parauapebas produziu 45,84 milhões de toneladas de minério de ferro, acima do volume produzido no mesmo período do ano passado, quando havia embarcado 41,86 milhões de toneladas. Esses valores geralmente são inchados em 4 milhões de toneladas, que é o volume não exportado, então é de se esperar o anúncio logo mais de uma produção física na Serra Norte de Carajás da ordem de aproximadamente 50 milhões de toneladas, já que a Vale informou no segundo semestre do ano passado ter produzido 48,87 milhões de toneladas

O ROYALTY TÁ ON

Foi creditada à conta da Prefeitura de Parauapebas nesta segunda (19) a fatia dos royalties de mineração a que o município faz jus. Dos R$ 104.785.206,73 liberados, R$ 1.047.852,06 serão retidos para formação do Pasep e o restante, R$ 103.737.354,67, já está livre e desimpedido para uso do governo de Darci Lermen. Com esse valor líquido, Parauapebas poderia sustentar durante o ano inteiro o vizinho município de Curionópolis, cuja receita líquida é de R$ 90 milhões, ou manter por dois anos o município de Rio Maria.

O ROYALTY TÁ ON (2)

Com essa “lapada” em conta, hoje a Prefeitura de Parauapebas alcançou uma arrecadação líquida de R$ 1,405 bilhão, decorridos exatos 200 dias do ano. Dessa maneira, a administração da Capital do Minério ostenta uma média alucinante de R$ 7,025 milhões por dia. Parauapebas fatura por minuto R$ 4.878,50 e, em média, R$ 1.393,85 entre uma respiração e outra de você que lê esta nota. A título de comparação, a Prefeitura de Marabá já ajuntou este ano até o momento R$ 592 milhões líquidos, numa média de R$ 2,96 milhões por dia.

CONCURSO DA ANM

Nesta segunda (19), o Ministério da Economia publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria de autorização para que a Agência Nacional de Mineração (ANM) possa realizar concurso público para preenchimento de 40 vagas do cargo de especialista em recursos minerais, cujas formações superiores mais demandadas são engenheiro de minas e geólogo. O Pará ficou com oito vagas, e é previso que ao menos uma dessas lotações seja feita em Parauapebas, já que o município é o maior produtor nacional de recursos minerais e certas mineradoras, que ninguém conhece, deitam e rolam na região. Se acontecer de não haver lotação de especialista em recursos minerais em Parauapebas, pode mandar salgar a ANM. E o município também.

TURISMO NO PEBAS

Pouca gente sabe, mas o município de Parauapebas é frequentado anualmente por cerca de 900 gringos, a imensa maioria a negócios ou para visitar familiares, embalados no ritmo de chegada de turistas ao Pará, que é bisbilhotado anualmente por, em média, 30 mil turistas internacionais. Dados do Ministério do Turismo mostram que os visitantes mais comuns no Pará vêm da França (6.783), do Suriname (5.420), dos Estados Unidos (4.815), de Portugal (3.107), da Itália (1.644) e da Alemanha (1.471). Praticamente nessa ordem segue o padrão de visitas a Parauapebas — saem dos primeiros lugares os estrangeiros de Suriname e entram os da China, que frequentam Carajás a negócio ou a trabalho.

TURISMO NO PEBAS (2)

Morrendo de vontade de se tornar uma cidade turística, Parauapebas precisa encarar uma realidade que tem tudo a ver com seu papel global: a oferta de cursos de idiomas, que não apenas o inglês e o espanhol, para preparar a população com vistas a bem receber o turista e entender suas necessidades. Hoje, no Brasil, as línguas mais faladas cotidianamente depois do português são o alemão e o italiano, que desembarcaram aqui no século passado, na mala de famílias europeias corridas da guerra e que se instalaram nas regiões Sudeste e Sul. Há bairros, comunidade e até cidades nessas regiões em que praticamente se fala alemão ou italiano, e esses idiomas são ensinados nas escolas como segunda língua.

TURISMO NO PEBAS (3)

No caso do idioma estrangeiro mais ensinado Brasil adentro, o inglês é, de longe, o campeão, seguido do espanhol, ambos os quais com forte apelo comercial. Mas o francês, idioma símbolo da cultura e da diplomacia, tem grande apelo no Pará devido à crescente onda de franceses com curiosidades sobre os hábitos e, principalmente, sobre a culinária paraense — franceses adoram comer bem e têm fama de preparar os melhores pratos do mundo, enquanto o sabor paraense é considerado o melhor do país.

TURISMO NO PEBAS (4)

Tanto é verdade que Belém possui centro de ensino da famosa Aliança Francesa e cerca de 20 mil belenenses dominam francês, embalados pela forte herança cultural deixada por Paris no Pará nos tempos áureos da borracha quando os franceses chamam Belém de “Francesinha do Norte”, devido aos hábitos da rica elite da época de tomar vinhos caros e estourar champanha como se estivessem na Europa. Em Parauapebas, no entanto, não há escola de francês, italiano e alemão, e assim os gringos (500 dos que vêm ao município não falam inglês como segunda língua) ficam acanhados e o município deixa de faturar com isso.

COVID-19

Os casos de contaminação pelo Sars Cov 2 (novo coronavírus), que provoca a covid-19 continuam em alta em Parauapebas. Nos últimos sete dias (11/7 a 18/7) foram contabilizados 552 novos casos, além da morte de 4 pacientes com a doença. No total, Parauapebas já tem 54.305 casos de pacientes infectados pelo vírus, além de 473 óbitos registrados. Já são 52.837 os recuperados pelo sistema de saúde local. A taxa geral de ocupação de leitos no município (atualizada às 16h deste domingo) está em 33%, sendo que leitos de enfermaria SUS: 39%; UTI SUS: 47%; enfermarias particulares: 27%; UTI particular: 70%. A UPA está com atendimento exclusivo para pacientes portadores do vírus. O serviço é ofertado 24h. Todos os óbitos da semana passada aconteceram no mesmo dia: última quinta-feira, 15 de julho.