Queda de preço do talão de energia e do açaí desacelera inflação no Pará

Mas que ninguém se iluda: aumento de preços de produtos e serviços consumidos no estado é de 9,97% em 12 meses corridos. Enquanto isso, 3,69 milhões de paraenses estão na pobreza.

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De cada R$ 100 que passaram pelas mãos dos paraenses nos últimos 12 meses, pelo menos R$ 9,97 representaram absolutamente nada, porque foram consumidos pela inflação do período. É tenso para quem sobrevive com um salário mínimo — e, no Pará, 3,69 milhões de habitantes vivem em lares cujo rendimento é não mais que um salário, segundo o Cadastro Único do Governo Federal. Este ano, aqui no estado, ao menos R$ 98,78 do salário mínimo foram tragados pela alta dos preços de produtos e serviços básicos, de apelo diário.

As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), referente a novembro, divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial e, no Pará, a medição é feita com base no portfólio de produtos e serviços da Grande Belém.

Enquanto a inflação do estado está em 9,97%, a do Brasil, para o período de 12 meses, já passou de 10%. Está, segundo o IBGE, em 10,73%. Quem mora no Paraná, sente inflação ainda maior: 13,69%. Com tantas variações regionais, o peso para o bolso do paraense pode ser pior que aquilo que apontam as estatísticas, já que grande parte dos produtos consumidos no estado é importada. A população do Pará sofre para sobreviver diante de preços que não param de subir.

Na medição de IPCA-15 feita entre 16 de outubro e 15 de novembro, a inflação do Pará aumentou 0,76%, mais que o detectado na coleta anterior, de 0,51% em outubro. O resultado paraense foi o menor entre as regiões pesquisadas e a média nacional foi de 1,17%. Segundo o IBGE, a desaceleração da inflação aqui no estado em relação às demais regiões se deveu à queda nos preços da energia elétrica (-2,05%) e do açaí (-9,3%). Por outro lado, o tomate ficou quase 20% mais caro, seguido da cebola, quase 15%.

No acumulado deste ano, a inflação do Pará é de 8,98% e deve encerrar o ano em dois dígitos. Os produtos alimentícios de feira, como verduras, legumes e carnes, não param de subir. Confira os 10 produtos que mais aumentaram e mais diminuíram de preço no estado este mês.

GANGORRA DE PREÇOS NO PARÁ

— Quem subiu:

1º Tomate: 19,13%

2º Cebola: 14,88%

3º Diesel: 12,16%

4º Batatinha: 11,61%

5º Cenoura: 9,92%

6º Gasolina: 8,11%

7º Filé-mignon: 7,98%

8º Creme de pele: 7,61%

9º Óleo lubrificante: 5,93%

10º Café moído: 5,61%

— Quem desceu:

1º Açaí: -9,3%

2º Banana-prata: -5,95%

3º Feijão carioca: -5,53%

4º Acém: -4,75%

5º Feijão preto: -4,67

6º Leite de caixinha: -4,59

7º Leite condensado: -4,15

8º Manteiga: -3,73%

9º Arroz: -3,7%

10º Pá: -3,67%