Por qualidade no ensino médio, Câmara vai para cima do Estado em Parauapebas

Escalação da comissão temporária que vai apurar problemática da rede estadual foi publicada nesta quinta. Com quase 12 mil estudantes, gargalo histórico do ensino médio é infraestrutura.

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Está oficialmente criada a Comissão Temporária de Assuntos Relevantes, da Câmara de Parauapebas, para fiscalizar a situação do ensino médio na rede pública estadual da Capital do Minério. Alvo de críticas dos vereadores, devido ao abandono histórico à qual tem sido relegada, a rede estadual de ensino entrou na mira da Câmara na sessão de 22 de março e, hoje, quinta-feira (5), saiu no Diário Oficial do Município o ato da presidência da Casa de Leis nomeando os integrantes.

Com a finalidade de elaborar estudos e marcar posicionamento do Legislativo sobre a situação do ensino médio no município, a comissão é composta pelos vereadores Miquinha da Palmares, Joel do Sindicato e Rafael Ribeiro, mais as vereadoras Eliene Soares e Raianny Rodrigues, todos os quais indicados pelo presidente da Mesa Diretora, Ivanaldo Braz, que propôs em março o Projeto de Resolução para tratar do tema.

O vereador Rafael Ribeiro irá presidir os trabalhos da comissão temporária. A resolução prevê 180 dias para funcionamento das atividades do grupo e que podem ser prorrogadas por mais 60 dias para conclusão dos trabalhos.

Segundo o parlamento, é necessário buscar soluções que garantam aos alunos da rede estadual estudar em prédios de qualidade, adequados e que possibilitem ofertar mais vagas, para que toda a juventude de Parauapebas seja contemplada com ensino médio público eficiente. O esforço conjunto quer não apenas lançar luz sobre os problemas, mas também propor soluções, a fim de que cheguem até o Governo do Estado, a quem compete a gestão do ensino médio.

Problemas antigos

O ensino médio de Parauapebas possui hoje cerca de 12 mil alunos matriculados, o que equivale ao tamanho da população inteira da cidade de Curionópolis. Parauapebas já tem mais estudantes de ensino médio na rede estadual que Marabá, que registra no sistema da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) 10.800 alunos.

Os problemas da rede têm sido cantados em verso e prosa há duas décadas, e o maior deles é a falta de estrutura perante uma demanda que se agiganta. Enquanto Marabá possui, por exemplo, 21 escolas de ensino médio, Parauapebas conta com 13, sendo apenas três prédios próprios (Marluce Massariol, Eduardo Angelim e Irmã Dulce).

Anúncios de compra de prédio (veja aqui) e de construção de escola (veja aqui) pelo Governo do Pará têm sido reportados pelo Blog do Zé Dudu, mas a morosidade governamental cria um descompasso entre as reais necessidades de Parauapebas e o que o Executivo estadual quer, de fato, ofertar ao município.

Parauapebas, não é demais lembrar (veja aqui), é a localidade que mais faz cair dinheiro da mineração nos cofres do Governo do Estado, a título de royalties e taxa mineral, de maneira que ano passado irrigou as contas do Executivo paraense com R$ 371,37 milhões apenas em recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).