Poesia

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"O TRISTE CANTO DE MINHA CIDADE"

Por Marcos Wesley P. Torres  ( * )

Parauapebas quem diria
Com tanta riqueza que tens
Faltar água e energia
Pra população viver bem

Depois de tantos anos de luta
A história de nada mudou
Sem asfalto estão tuas ruas
E os hospitais sem doutor

Entra ano e sai ano
E mais propostas se têm
E os políticos vão roubando
O meu e o seu dinheiro também

Mas que coisa feia é essa?
Quem podia imaginar?
Que capital do minério é essa?
Que nem emprego quer dar?

O trabalhador coitado sofre
Não arruma onde trabalhar
A bolsa de emprego só not
E as famílias a chorar

O meu bairro coitadinho
Não consigo nem falar
Está tomado de poeira
Que nem dá pra respirar

O que é isso seu prefeito?
Pare um pouco pra pensar
Se lembre do que foi dito no pleito
Que as ruas você ia asfaltar

São propostas só propostas
Realidade alguma vejo
São palavras e lorotas
E serviços nada feito

Falta água que agonia
Pra dona de casa cozinhar
A louça suja está na pia
Mas como se vai lavar?

Já se fazem três dias
Que água aqui não vejo
Mas é só da mineral
Que tem na casa do prefeito

As construções prometidas
Só ficaram nas promessas
O hospital tá embargado
Pra saúde ninguém tem pressa

Enquanto isso vão morrendo
Jovens, velhos e crianças
O atendimento é precário
Só tem uma ambulância

A energia nem se fala
Parece nem existir
Falta de dia e de madrugada
Quase nem posso assistir

Quando a nuvem de chuva aparece
E começa a trovejar
Você pode ficar certo
Que no escuro vai ficar

Só enquanto eu escrevia
Esse pequeno texto aqui
Ela faltou umas quinze vezes
Parece coisa pra rir

Onde vamos parar
Com tanta indiferença?
É preciso governar
Com muita inteligência

Pra depois de quatro anos
A história não ser a mesma
A politicagem pedindo votos
E falando mais asneiras

Parauapebas não se preocupe
Sua sorte vai mudar
Um dia alguém vai ser eleito
Pra ti valorizar

Então não escreverei mais
Como agora escrevi
Pois aqui terá muita paz
E muita gente a sorrir

Mas por enquanto não retiro
Palavra alguma que disse
Pois falei só a verdade
Não é história de disse-me-disse.

( * ) Marcos Wesley P. Torres é Estudante de Letras na UFPA

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5 comentários em “Poesia

  1. Urias Alves Responder

    Consegruiram descrever minha indignação referente a nossa cidade, e ainda em forma de poesia, Parabéns! uma salva de palmas…CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! …

  2. Marcos Wesley Responder

    É triste saber que apesar de nossa cidade ser tão abastada em recursos financeiros motivados pelo grande projeto Carajás, ainda assim convivemos com uma inassistência tão relevante que chega a nos incomodar.

  3. clayton Responder

    esta de parabéns por vc falar das necessidade de nossa cidade, eu moro a quase 5 anos mais fico indignado também por falta de recursos para as pessoas que realmente precisam de saneamento básico e hospitais que atendam a população .
    sos ou socorro tem ladrão por correspondência
    aos políticos ou mídia ou população vamos fazer algo se ja não bastace os ladroes das esquinas tem também a celpa falta luz mais a conta vem alta já e a 3° vez que vem um valor alto no ano ajude-nos.
    muito obrigado!

  4. Anônimo Responder

    Marcos, bom dia!
    Quanto criatividade! Vc desistiu do curso de Letras? Meu amigo a situação da nossa querida cidade está feia! Não temos água, energia, aliás, não temos nada ,nada! E o pior, ninguém faz nada… Parece que os vereadores não saem dos seus gabinetes para saber a real necessidade do povo. A vereadora Percília pediu encascalhamento para as casas populares II, por que não pediu asfalto? É vergonhoso os projetos desses vereadores, mas vamos aguardar 2012…! Aí , é meu amigo, mei companheiro, querido amigo, meus amigos… e ainda tem gente que ainda briga por causa de políticos, vai entender…

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