PF faz megaoperação em Marabá para transferir fugitivos do presídio de Mossoró

Dupla passava pela cidade com destino ao Mato Grosso, para de lá seguir para o Paraguai. Prisão ocorreu em cima da ponte rodoferroviária

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A prisão de Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, por volta das 13h desta quinta-feira (4), em cima da ponte rodoferroviária em Marabá, mudou completamente a rotina da Delegacia da Polícia Federal na cidade.

Os dois faccionados que fugiram há 51 dias do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, deverão ser transferidos de Marabá no início da noite de hoje, em um avião da Polícia Federal, rumo a Brasília, e de lá, de volta para o Rio Grande do Norte. São cerca de 6 quilômetros entre a sede da PF, na Folha 17, e o aeroporto da cidade. 

Para evitar qualquer tentativa de resgate dos presos, a PF está juntando forças com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar (PM) e outras forças de segurança.

Dinheiro, celulares e um fuzil foram apreendidos nos três carros em que estavam os dois fugitivos do presídio federal de Mossoró, segundo informações da PRF e da PF. Eles foram recapturados nesta quinta, em Marabá, região sudeste do Pará.

Além deles, outros quatro homens foram presos. Eles faziam parte do comboio de três carros que faziam uma espécie de escolta da dupla foragida de Mossoró. A abordagem ocorreu em uma ponte na BR-222, que cruza o Rio Tocantins – tendo sido realizada neste local para evitar que fugissem pelo rio. A ação envolveu 26 policiais da PF e da PRF.

Nos veículos, um Jeep, um Corsa Classic e um Polo, foram encontrados dinheiro em espécie, cartões de crédito, fuzil, munições e oito celulares – três dos quais estavam sendo monitorados pela inteligência da PF do Rio Grande do Norte. Rogério Mendonça estava no Jeep, e Deibson Nascimento, no Corsa, segundo a PRF.

“Estavam em um verdadeiro comboio do crime. Foram apreendidos três carros e diversas armas,” disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre as circunstâncias da prisão da dupla. “Obviamente, foram ajudados por criminosos externos e tiveram auxílio de seus comparsas e organizações criminosas”.

Segundo o ministro, as investigações apontam que os dois iriam fugir para fora do Brasil. Agora, eles serão levados de volta para o presídio de Mossoró, que teve a segurança reforçada e a direção trocada.

A distância entre Mossoró e Marabá é de cerca de 1.600 km. Um trajeto em “linha reta” entre as duas cidades passa por pelo menos cinco estados: além de Pará e Rio Grande do Norte, também por Ceará, Piauí e Maranhão – e, a depender do trajeto, pelo Norte do Tocantins.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro. Segundo as investigações, a fuga incluiu seis dias em um barco pesqueiro entre o Ceará e o Pará. Eles teriam partido no dia 18 de março em uma embarcação de Icapuí, a 201 quilômetros de Fortaleza, em direção à Ilha de Mosqueiro, na capital Belém.

Ainda de acordo com a polícia, a dupla chegou a Belém em 24 de março. O trajeto foi realizado por via marítima, junto à região costeira.

A operação de recaptura em Marabá envolveu o monitoramento dos três veículos que, segundo as investigações, davam cobertura à fuga. Ao todo, seis pessoas foram presas nos três carros. Deibson Nascimento foi preso pela PF, e Rogério Mendonça pela PRF. Durante a abordagem, a rodovia ficou fechada dos dois lados pelos agentes federais.