Brasília – Com alguns meses de atraso, a Petrobras colocou em operação semana passada o supercomputador Dragão, adquirido da IBM por valor não revelado. Com 200 terabytes de memória RAM, rede de 100 gigabits por segundo, e milhões de processadores matemáticos, o supercomputador tem capacidade de processamento equivalente a quatro milhões de celulares smartphones ou cem mil laptops modernos.
Após a entrada em operação, o Dragão se torna o maior supercomputador da América Latina, superando o Atlas e o Fênix, que também pertencem à Petrobras. O equipamento permitirá à companhia aumentar ainda mais a performance do processamento de dados geofísicos, reduzindo riscos geológicos e operacionais, além de dar suporte a projetos estratégicos.
“O dragão, o maior supercomputador da América Latina, reforça nossa estratégia de conferir mais economicidade, agilidade, segurança e resiliência às nossas operações, aumentando a capacidade de processamento de dados para dar suporte ao negócio e agregar valor à Petrobras. Em cerca de dois anos, foram colocados em operação nove supercomputadores e esperamos chegar ao final de 2021 com cerca de 40 petaflops de capacidade, sem contar o uso de nuvem”, afirma o diretor de Transformação Digital e Inovação, Nicolás Simone.
Em comunicado à imprensa, a estatal explica que o supercomputador terá, dentre outras tarefas, rodar programas estratégicos da companhia, como o EXP100 e o PROD1000, que visam alcançar sucesso absoluto nos projetos exploratórios e iniciar a produção da acumulação em 1.000 dias após a descoberta, respectivamente.
O Dragão utilizará algoritmos desenvolvidos pelos geofísicos e analistas de sistemas da Petrobrás, possibilitando a geração de imagens da subsuperfície com maior resolução em áreas de interesse para exploração de petróleo, gás natural e otimização da produção. O equipamento também promete ganhos de eficiência, reduzindo significativamente os tempos de processamento de dados.
“A capacidade de computação no mundo dobra a cada dois anos e a estratégia de investir em aumentá-la, seja por meio dos supercomputadores ou nuvem, tem trazido inúmeros ganhos à companhia”, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges.
O processo de montagem do supercomputador durou cerca de três meses, seguido por período de instalação de softwares e operação assistida. Foram necessários dez caminhões para transportar todas as partes do Dragão. Ele foi instalado em fileiras de oito a nove blocos que, juntos, totalizam 34 metros de extensão.
As atividades plenas do supercomputador estão previstas para começar no segundo semestre de 2021.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.