Parauapebas volta a desempregar em fevereiro, enquanto Marabá lidera vagas

Pará até criou empregos, mas tem geração de oportunidades pífia diante de sua importância para o país, como grande exportador de commodities primárias. Informalidade prospera no estado.

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Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a fevereiro foram liberados no início da tarde desta segunda-feira (25) pelo Ministério da Economia e apontam: Parauapebas apresentou 21 baixas em seu mercado de trabalho com carteira assinada no mês passado. A “Capital Nacional do Minério de Ferro” vinha de uma sucessão de meses em que mais empregava que demitia, mas perdeu força e quebrou a dinâmica. O impacto das demissões para o município, conforme calcula o Blog do Zé Dudu, é de R$ 791 mil em prejuízos ao mercado local.

Por outro lado, Marabá, que vinha de uma sequência de demissões, encerrou o mês com um dos melhores fevereiros dos últimos cinco anos, tendo criado 168 postos de trabalho formais. O impacto positivo para Marabá é a adição de R$ 5,37 milhões em massa salarial.

Outro que também se destacou foi Canaã dos Carajás, onde foram abertas 157 vagas. Além de Marabá e Canaã, abriram excelentes quantidades de vagas no sudeste do Pará os municípios de Tucuruí (58), Redenção (51), Eldorado do Carajás (35) e Xinguara (25). Aliás, no sudeste do estado, a maioria das localidades mais contratou que demitiu, ainda assim os piores desempenhos foram registrados em Dom Eliseu (104 demissões), Ourilândia do Norte (76), São Félix do Xingu (29) e Parauapebas.

Em todo o Pará, os campeões de geração de emprego foram Castanhal (548 postos abertos), Belém (527), Santarém (256) e Ananindeua (191), enquanto Tailândia (578 vagas encerradas), Barcarena (265), Acará (245) e Bonito (236) lideraram as demissões. Os dados são preliminares porque o Blog calculou com base na disponibilização dos primeiros arquivos liberados pelo Ministério da Economia sem tratamento estatístico. Até o começo da tarde, a base de microdados do Caged de fevereiro, por estado, estava indisponível.

Pará: devagar, quase parando

O Pará criou 637 postos de trabalho com carteira assinada no mês passado, número pífio diante do potencial econômico e da importância do estado para o país. O estado tem menos oportunidades de emprego que seus vizinhos mais “franzinos” Amazonas (1.425 novos empregos com carteira assinada) e Tocantins (1.116 empregos). Por aqui, foram contratados 23.802 trabalhadores e demitidos 23.165.

O estado tem, hoje, 726.480 trabalhadores celetistas devidamente formalizados, um estoque considerado baixo para o tamanho de sua população. São Paulo, que tem apenas cinco vezes mais habitantes que o Pará, possui estoque de trabalhadores 16 vezes e meia maior. A baixa quantidade de trabalhadores paraenses formais indica, por outro lado, que existem milhares de pessoas trabalhando na informalidade, uma das características clássicas do subdesenvolvimento.