Parauapebas: PM desmonta laboratório de cultivo de maconha. Mulher e filhos autistas do traficante viviam em condições subumanas

Alexsandro Pinheiro Seguins de Pinho investiu 60 mil reais na plantação e esperava faturar 80 mil reais, por mês. Mas a casa caiu!

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Em operação que começou por volta das 22h30 de ontem, terça-feira (10), e encerrou as 2h da madrugada desta quarta-feira (11), uma guarnição da Policia Militar, em Parauapebas, com o auxílio do cão policial Apolo, prendeu, em uma casa da Rua Benjamin, no Bairro Betânia, Alexsandro Pinheiro Seguins de Pinho. Em um dos compartimentos do imóvel, muito limpo, iluminado, bem cuidado e ventilado, ele mantinha uma plantação de maconha pura, com alto valor no mercado do tráfico em 60 vasos, cultivadas pelo processo de hidroponia e tratadas com nutrientes apropriados, para garantir a mais alta qualidade da droga.

Alexsandro Pinheiro

Enquanto, em um quarto mel iluminado, sujo, úmido, minúsculo, sem água e sem janelas, o acusado mantinha, em cárcere privado e sob ameaça de morte e em condições subumanas, a mulher, Lucélia da Conceição dos Santos, e dois filhos gêmeos, ambos autistas.

Alexsandro confessou aos policiais militares que não pretendia produzir maconha para traficar, e sim vender as mudas, que já estariam produzindo em dois meses, a outras pessoas que desejassem manter uma plantação da erva.

No laboratório, ainda segundo o indivíduo, ele investiu 60 mil reais em equipamentos e sementes, e disse que, quando começasse a comercializar as mudas, esperava um faturamento mensal de 80 mil reais. Afirmou ainda que era possível montar laboratório semelhante em outros locais.

A guarnição foi destaca pelo comando do 23º Batalhão de Polícia Militar para averiguar a possível existência de um laboratório de produção de maconha, mantido por um indivíduo identificado inicialmente pelo apelido de Alê. Ao chegarem ao endereço, foram atendidos pelo próprio acusado, que, indagado sobre o laboratório, disse que não havia nada, afirmando que é apenas consumidor da droga.

O acusado estava acompanhado do pai, para quem os PMs pediram e obtiveram permissão para entrar na casa. Com o apoio do cão Apolo. A casa caiu quando, em um dos compartimentos o animal, adestrado, localizou o plantio criminoso.

Os policiais seguiram incursionando pelo imóvel e, em um quarto, encontraram a mulher de Alexsandro e as duas crianças autistas em condições, definidas pelo sargento Lobo, que coordenou a operação, como subumanas.

Ao policial militar, Lucélia dos Santos contou que o marido a prendia com os filhos no cômodo, a impedindo de sair da casa, e a ameaçava de morte, caso ela se atrevesse a denunciá-lo à polícia. Ela disse ainda que só permanecia ali porque não tem condições de criar os dois filhos sozinha.

A operação foi acompanhada, segundo os policiais militares, pelos pais de Alexsandro Pinheiro Seguins de Pinho, que foi algemado e, junto com os vasos e os equipamentos, conduzido à 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil. Policial ouvido pela Reportagem antecipou que o acusado deve responder pelos crimes de tráfico, cárcere privado, violência doméstica, ameaça de homicídio e maus tratos a vulneráveis.

(Caetano Silva)