Parauapebas mais perto de ganhar curso de Enfermagem da Federal

Preocupação da Ufra é com instalações do campus, que carecem de elementos urbanísticos, como calçada, meio-fio, estacionamento. Inep pode reprovar graduação por mínimos detalhes.

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A publicação de uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (22), descoberta com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, dá pistas de que o tão aguardado curso de Enfermagem da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) vai mesmo sair do papel. É que, por meio do ato de número 260, assinado pelo reitor Marcel Botelho, a professora universitária Kaliandra Alves foi designada para a função de coordenadora temporária do curso de Enfermagem que está previsto para Parauapebas.

Na prática, embora já tramite de forma avançada no Ministério da Educação (MEC), o curso ainda não existe. Inclusive, ele não aparece em disponibilidade no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) deste ano, para onde a Ufra encaminhou as vagas de seu seletivo, com os cinco cursos já habituais de Parauapebas — Zootecnia, Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Produção e Administração.

Porém, a nomeação da professora Kaliandra como coordenadora pro-tempore sinaliza que Enfermagem vem aí. Inclusive, no início de 2019, quando o curso foi anunciado pela própria Ufra, a previsão divulgada à época era de que o bacharelado desembarcasse em Parauapebas no primeiro semestre de 2021.

Apreensão

O Blog do Zé Dudu entrou em contato com o coordenador do campus da Ufra em Parauapebas, Luís Renan Oliveira, segundo quem um grupo de avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve estar na Capital do Minério em abril para dar o veredicto sobre a aprovação (ou não) do curso de Enfermagem. Esse é o derradeiro ato para a oficialização da instalação formal da graduação, o que permitirá a criação de vagas para contratação de professores via concurso e, em seguida, a seleção da turma.

Na avaliação dos inspetores do Inep serão levados em conta aspectos como condições institucionais e infraestrutura. Pelo protocolo habitual, até mesmo elementos urbanísticos do campus — como calçada, meio-fio e estacionamento — serão considerados. E é aí que a Ufra corre risco de levar parecer desfavorável, uma vez que a estrutura física atual é carente desses elementos.

Se não quiser que Parauapebas perca o curso de Enfermagem, a prefeitura local terá fatalmente de socorrer a instituição, que é controlada pelo Governo Federal e que, em nível municipal, não tem recursos para realizar as benfeitorias de que necessita. Por outro lado, recursos para isso não seriam problema para a administração de Darci Lermen, que reservou no orçamento deste ano R$ 123,03 milhões para “infraestrutura e ordenamento urbano” e outros R$ 2,818 milhões para “manutenção das atividades de ensino superior”. A sorte e as demandas da Ufra estão lançadas.