Parauapebas e Canaã tiveram os maiores ganhos de PIB do Brasil em 2020

Pela primeira vez, produção de riquezas da Capital do Minério superou a de Belém. Já a Terra Prometida entrou triunfalmente para o seleto grupo das 50 maiores praças financeiras do país

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Foi como o Blog do Zé Dudu previra ainda em 2020: quando a divulgação da produção de riquezas daquele difícil ano de pandemia fosse contabilizada em 2022, Parauapebas e Canaã dos Carajás escapariam sorrindo, do ponto de vista econômico, já que produção mineral no complexo de Carajás até então ia de vento em popa. Não deu outra: os dois municípios paraenses, campeões da produção nacional de minérios, apareceram nesta sexta-feira (16) como as localidades que, proporcionalmente, mais tiveram ganho no Produto Interno Bruto (PIB) do país.

As informações foram levantadas pelo Blog, que se debruçou sobre a pesquisa “PIB dos Municípios 2020” liberada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e muito aguardada pelas consultorias de pesquisa de todo o país. O levantamento é uma espécie de bússola para negócios, já que os municípios com maior produção de riquezas entram no radar dos grandes investidores e das grandes marcas.

Por razões já explicadas pelo Blog — o desempenho da atividade mineradora em 2020 —, o IBGE confirmou as análises deste veículo de comunicação feitas há dois anos e destacou que “percebemos que Parauapebas e Canaã dos Carajás foram os municípios em primeiro e segundo lugar, puxados pelo avanço da atividade de extração de minério de ferro”. Vale enfatizar que a divulgação do PIB hoje se refere à contagem da produção de riquezas de 2020.

No ano passado, como também já observou o Blog em reportagens anteriores, Parauapebas e Canaã dos Carajás renderam valor de minério como nunca antes e, por isso, o PIB de 2021, que será divulgado no final do ano que vem, mostrará uma glória ainda maior dos municípios paraenses. Porém, este Blog adianta que o PIB de 2022, que virá à luz em 2024, trará Parauapebas e Canaã em queda livre porque este ano o preço do minério caiu para menos da metade do que foi em 2021 e abaixo do valor de 2020, o que levou a movimentação mineral propulsora do Produto Interno Bruto a níveis de 2019.

Parauapebas ultrapassa Belém

Pela primeira vez, oficialmente, o PIB de Parauapebas foi maior que o de Belém. Antes, em 2013, o IBGE chegou a dar alarme falso, apontando que em 2011, auge do “boom” das commodities minerais, a riqueza parauapebense havia ultrapassado a de Belém em cerca de R$ 200 milhões, mas isso não aconteceu na realidade, como o próprio IBGE constatou mais tarde, após rever e atualizar a metodologia de cálculo adotada para o PIB, em que Belém apareceu R$ 400 milhões mais rica.

Mas agora não é fake news: Parauapebas não só superou a metrópole paraense, como também ingressou, de forma inédita, no pelotão das 25 mais importantes praças financeiras do país. A Capital do Minério também foi o município que mais enriqueceu de um ano para outro (de 2019 para 2020) no Brasil, conforme apurou o Blog.

Isso porque o PIB local passou de R$ 23,001 bilhões em 2019 para R$ 38,015 bilhões em 2020, aumento de R$ 15,014 bilhões em apenas um ano (e no mais difícil deles, por ser pandêmico), numa taxa de sucesso da ordem de 65,27%.

Canaã é destaque nacional por simplesmente mais que dobrar seu PIB, passando de R$ 10,705 bilhões para R$ 22,523 bilhões, ou extraordinários 110,4% de crescimento. A Terra Prometida, inclusive, pode deixar o PIB de Belém para trás até o final desta década, com a futura expansão da mina de S11D, instalada em seu território e responsável por seus números econômicos extraordinários nas estatísticas.

Parauapebas supera 16 capitais

No ranking nacional, Parauapebas é o 22º município mais rico do Brasil, batendo com folga 16 das 27 capitais brasileiras. Eis as únicas o superam: São Paulo (R$ 748,759 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 331,28 bilhões), Brasília (R$ 265,847 bilhões), Belo Horizonte (R$ 97,51 bilhões), Manaus (R$ 91,769 bilhões), Curitiba (R$ 88,309 bilhões), Porto Alegre (R$ 76,075 bilhões), Fortaleza (R$ 65,42 bilhões), Salvador (R$ 58,938 bilhões), Goiânia (R$ 51,961 bilhões) e Recife (R$ 50,311 bilhões).

A segunda representante paraense no ranking é Belém, na 30ª colocação, cujo PIB caiu de 2019 para 2020 e totalizou R$ 30,836 bilhões. Canaã dos Carajás vem na 44ª (pela primeira vez entre os 50 municípios mais ricos do país) e Marabá é o mais novo representante paraense no seleto grupo dos 100 que mais produzem riquezas, na 89ª colocação nacional e R$ 12,93 bilhões em PIB, que, aliás, cresceu R$ 1,524 bilhão no comparativo com 2019. Marabá já produz mais riquezas que capitais como Boa Vista (R$ 11,826 bilhões), Macapá (R$ 11,736 bilhões), Palmas (R$ 9,941 bilhões) e Rio Branco (R$ 9,58 bilhões).

Cabe esclarecer que o PIB não é a mesma coisa que a riqueza arrecadada pelas prefeituras municipais. Enquanto o primeiro indicador é a soma de todas as riquezas produzidas no ano, a arrecadação municipal recolhida em um ano pelas prefeituras é o dinheiro que efetivamente entra nas contas administradas pelas prefeituras. 

No caso de Parauapebas, por exemplo, a arrecadação de 2020 recebida pela prefeitura, no valor de R$ 1,952 bilhão líquido, correspondeu a apenas 5% da riqueza total gerada pelo município. Quem mais faturou de Parauapebas nesse PIB, em 2020, foi a mineradora multinacional Vale, que, naquele ano, retirou do subsolo local R$ 43,845 bilhões em minérios, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM). A própria movimentação mineral da Vale reportada à ANM em 2020 foi maior que o PIB parauapebense do ano, conforme apurou o Blog do Zé Dudu, mas nem o IBGE explica o porquê.

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