Pará tem menor receita com extração mineral dos últimos três anos

Desempenho em queda do estado é puxado pela baixa na produção de minério nos municípios de Parauapebas e Canaã. A menos de 40 dias para fim do ano, Pará não vai ultrapassar Minas

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O minério de ferro, grande motor da economia do Pará, derrubou o estado este ano para o menor nível de produção mineral desde 2019. Com a cotação em baixa diante dos preços levantados em 2020 e 2021, o estado foi ultrapassado por Minas Gerais e vai terminar o ano oficialmente em segundo lugar, após tomar o trono por dois anos consecutivos do estado pioneiro no setor. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Até esta terça-feira (21), o Pará havia movimentado R$ 79,262 bilhões em recursos minerais, sendo R$ 59,711 milhões (75,3%) desse montante em minério de ferro. No ano passado, o Pará reportou R$ 146,573 bilhões em operações minerais, dos quais R$ 122,298 bilhões (83,4%) foram provenientes do ferro. Em 2020, dos R$ 97,016 bilhões em recursos lavrados do subsolo, o minério de ferro sozinho respondeu por R$ 75,994 bilhões (78,3%).

Minas Gerais, por seu turno, movimentou R$ 84,603 bilhões este ano até o momento, quase R$ 5,4 bilhões acima das operações do Pará, cifra que o estado do Norte dificilmente terá condições de superar até 31 de dezembro, uma vez que faltam apenas 39 dias para o encerramento do ano em curso.

O Blog foi às contas e observou que o Pará deve encerrar o faturamento mineral de 2022 em R$ 90,585 bilhões, enquanto Minas Gerais vai fechar o ano com algo em torno de R$ 96,69 bilhões.

Municípios paraenses em queda

Parauapebas e Canaã dos Carajás, dois maiores produtores minerais do Brasil, também estão vendo os números de produção mineral encolherem. Em Parauapebas, por exemplo, já foram movimentados este ano R$ 33,679 bilhões em recursos, com expectativa de terminar o ano em R$ 38,49 bilhões. Se esse valor anual se confirmar, será inferior às operações de 2021, quando Parauapebas chegou ao apogeu, com R$ 69,992 bilhões, e também inferior ao valor de 2020, no acumulado de R$ 43,906 bilhões.

Em Canaã dos Carajás, a situação é similar: são R$ 26,502 bilhões em movimentação mineral até o momento, com expectativa de concluir o ano em R$ 30,29 bilhões. Será, ainda assim, um valor inferior ao registrado em 2021 (R$ 54,401 bilhões) e em 2020 (R$ 35,161 bilhões).

A razão da queda financeira em cascata da atividade mineradora se deve à derrocada do preço do minério de ferro, que nesta terça caiu 2% na China em razão do avanço da covid, o que tem levado o país a implementar medidas severas de isolamento e distanciamento social, o que inclui fechamento parcial de serviços econômicos.

1 comentário em “Pará tem menor receita com extração mineral dos últimos três anos

  1. Dadinho Responder

    Infelizmente essa receita não beneficia a população de Parauapebas e Canaã dos Carajas, pois essas cidades carecem de políticos comprometidos.
    Parauapebas é só crateras, sujeira, poeira…
    A saúde municipal é péssima. Canaã essa riqueza é para poucos, não há políticas públicas para distribuir renda.
    Cidades ricas de com povo carente.

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